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Torres del Paine: A trilha até o Vale do Francês

Era nossa primeira vez na Patagônia Chilena e estávamos doidos para começar a explorar Torres del Paine <3! Tínhamos apenas 2 dias inteiros no Parque Nacional então precisávamos selecionar bem os atrativos que queríamos visitar. Escolhemos o Vale do Francês – considerado um dos visuais mais maravilhosos de toda a região – e a Base das Torres, claro. Esse último, afinal, é o cartão postal do Parque. Nesse artigo, duvido com vocês a experiência da trilha até o Vale do Francês.

Trilha ao Vale do Francês, Torres del Paine

Acordamos bem cedo com uma chuvinha de companhia. Em Torres del Paine, chuvas e ventos – principalmente no verão – são bem frequentes. Você provavelmente irá se deparar com ambos (chuva e bastante vento) em algum momento da viagem. Fique tranquilo, entretanto: as chuvas normalmente são passageiras!

Mas o alerta é válido: o clima muda bastante! Em 24 horas você tem praticamente as 4 estações. Nessa  viagem, tivemos sol, chuva, vento e, acredite, até neve no mesmo dia.

Às 7:00hs já estávamos no Domo Restaurante para tomar o café da manhã: pães quentinhos, ovos mexidos, queijos, peito de peru, frutas, chás, bolos e café. Fizemos um lanche reforçado pois o dia seria longo.

O EcoCamp fornece também almoço, e para aqueles que passarão o dia todo fora – como era o nosso caso – oferecem uma variedade de alimentos para que você prepare seu próprio lanche para viagem. Logo ao lado do restaurante havia uma área com uma grande mesa cheia de queijos, tomate, frango, pimentão… tudo o que se pode imaginar para montar um super sanduíche. Pegamos pães e tortillas e fizemos 3 sanduíches cada, e ainda pegamos duas maçãs – nada de passar fome 😉 Os sanduíches são embalados no filme plástico e depois colocados em um Ziplock, que levamos conosco em nossas mochilas. Pegamos mais uns snacks de frutas secas, barrinhas de cereal, enchemos nosso camel back e estávamos prontos para partir.

A trilha do dia seria ao French Valley – ou Vale do Francês – e estávamos super ansiosos! Todo dia existem duas opções de passeios pelo Parque e você pode escolher a sua preferida. Normalmente há uma mais puxada e outra mais tranquila. Existem vários tipos de programas no hotel, como o Muti-esportes, no qual há travessias de caiaque, rotas de bike e passeios à cavalo; Safari, entre outros.

Começamos saindo do Ecocamp com a van, que nos levou até o Lago Pehoé para uma travessia de barco (empresa Hielos Patagonicos) até o alojamento e área de camping Paine Grande (uma ótima opção de hospedagem para a primeira ou última noite dos mochileiros que fazem o Circuito W; lá existem ótimos banheiros, refeitório e ainda há uma vista linda do lago).

De lá começamos nossa caminhada. Seriam cerca de 10km até chegarmos no Topo do French Valey. A chuva já havia parado e o tempo estava começando a abrir. A sorte estava do nosso lado!!

O percurso que faríamos seria mais ou menos como mostra a imagem abaixo, incluindo ainda cerca de 2km de subida após o Acampamento Italiano (tiramos a foto desse mapa já no meio do caminho, mas o início é ali onde há Refugio Paine Grande indicado).

mapa

Caminhamos por um bom tempo passando por lagos incríveis e diferentes vegetações enquanto aprendíamos um pouco sobre as plantas e os pássaros da região – a nossa guia, Sarah, sabia um pouquinho sobre tudo!

Assim que começamos a subir, enquanto o sol aparecia, pudemos ver o Lago Pehoé do alto, com um tom de azul impressionante. A viagem começou a nos lembrar bastante aquela que fizemos no verão canadense em 2013, pelas Montanhas Rochosas – outro destino indescritível.

Caminhamos mais um pouco e chegamos ao Lago Scottsberg – que não é azul como o outro, tem uma tonalidade bem mais escura, mas refletia as montanhas a seu redor de um jeito maravilhoso, e acabou nos rendendo fotos lindas! Já havíamos caminhado por 2,5km, praticamente de subidas (mas não achamos muito cansativo, pelo contrário, a paisagem é tão linda que quase não percebíamos o esforço – não fomos muito rápido também – parávamos um pouco para observar e fotografar).

Caminhamos mais 5km de subidas, descidas e uma subida mais forte no final e atravessamos uma ponte pequena sobre um rio cheio de pedras, onde algumas pessoas haviam parado para almoçar admirando a paisagem e aproveitando o sol que tinha resolvido aparecer.

Do outro lado da ponte estava outra área de acampamento, o camping do Francês – essa já bem mais simples que a primeira pela qual passamos, com banheiros públicos e sem uma base de alojamento.

Agora era a hora da subida de verdade, onde começávamos a trilha final do Vale do Francês – e caminharíamos por mais cerca de 2,5km.

Passamos por algumas partes mais difíceis, em meio a muitas pedras, e outras mais tranquilas. A vista, entretanto, era sempre incrível: à nossa frente tínhamos as montanhas e a geleira, formando um cenário maravilhoso, enquanto atrás, pra nossa surpresa, estava o lago Nordenskjold com um tom azul turquesa inexplicável. Tudo muito lindo.

Mas o melhor foi chegar ao mirante do Vale do Francês e poder ver o lago quase completo, lá de cima. O vento estava forte mas foi o momento perfeito para comermos nosso almoço, admirar a paisagem e recuperar as energias para a volta.

De lá conseguíamos ver, de um lado, três lagos, o Nordenskjold, o Pehoé e o Lago Del Toro (aquele azul escuro ao fundo).

Do outro, um contraste incrível, uma grande geleira e montanhas nevadas.

Tínhamos ainda outros 10km (em sua maioria de descida) pela frente – dessa vez, quase sempre de frente para os três lagos. O sol já estava mais forte e a paisagem foi ficando cada vez mais incrível.

Esse é um passeio em que não se pode demorar muito – é importante manter um bom ritmo. O último barco sai do refúgio pelo lago Pehoé às 18:30hs.

O retorno ao Lago foi tranquilo e passou bem mais rápido. Mas o cenário não cansava de nos surpreender..

Chegamos no local um pouco mais cedo e aproveitamos para curtir um pouco aquela região do lago – que cedo, com a chuva estava quase branco e agora tinha um tom azul escuro surpreendente. Até vimos algumas pessoas mergulhando ali (apesar da água ser de geleira e consequentemente super gelada) – mas descobrimos que é proibido pois eles acabaram levando uma “bronca” de um dos guardas do Parque.

Fizemos novamente o passeio de barco, de volta ao estacionamento onde estava a van do Ecocamp e retornamos ao hotel. No caminho, mais lagos surpreendentes apareceram, nos dando vontade de parar o carro o tempo todo. Passamos pelos lagos …… e vimos diversas lhamas pelo caminho, no alto das montanhas sozinhas, algumas em bando espalhadas próximas à estrada, outras pareciam ter escolhido o local ideal para uma foto: super elegantes no alto, bem próximo à lua que já havia nascido. Essa volta fechou o passeio com chave de ouro.

Chegamos no hotel cerca de 20:30hs. O dia ainda estava lindo. Podíamos ver as Torres livres das nuvens e o Ecocamp sob o sol.

Ecocamp

Aproveitamos para sentar na varandinha do nosso Domo, que tinha exatamente a vista das Torres e tomar um chá bem quentinho – apesar do sol, ventava e fazia frio!

Nos reunimos em seguida com outros hóspedes para um momento muito especial no hotel: drinks e petiscos (muuito gostosinhos, tínhamos queijos, torradinhas, presunto de parma, etc). Nesse momento também, os guias reúnem os grupos de seus programas e definem a programação do dia seguinte, explicando tudo com um enorme mapa aberto na sala.

Nós já havíamos decidido a programação do dia seguinte: uma caminhada de 22km até a base das torres mais famosas do Parque. Sairíamos às 08:00hs.

Jantamos com um casal de americanos que passou o dia conosco. Muito simpáticos, cheio de histórias pra contar. Esse é mais um ponto muito interessante do Ecocamp, é muito fácil fazer amigos e interagir com as pessoas que estão se hospedando por ali!

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