Vamos Pra Onde?

/

Trilha Ausangate, Peru: Dia 1

trilha ausangate

trilha ausangate

O dia em que a aventura começou:

Ausangate Trek, lá vamos nós!

A van da Andean Lodges nos buscou no hotel em Cusco por volta das 9:30h da manhã. Estávamos muuuito animados! Conhecemos nosso grupo, guia e equipe (viajamos nesse trajeto com o cozinheiro mais uma pessoa responsável por acompanhar o cavalo de apoio) e fomos conversando e nos tornando mais próximos durante o caminho.

Seguimos para uma cidadezinha chamada Urcos, a aproximadamente 1 hora de Cusco.  Paramos por lá para comprar algumas coisinhas no mercado. Eu comprei apenas água: não acho necessário comprar comida nem levar nada extra de Cusco, a empresa não te deixa com fome hora nenhuma durante os 5 dias de trilha – pelo contrário, é até difícil acompanhar tanta fartura!

Por volta de 11:30 da manhã voltamos para o carro e continuamos seguindo para o sul. O caminho continuou bem impressionante: passamos por rios em forma de serpente ao pé de montanhas verdinhas, vimos algumas comunidades vivendo nos vales… Foi uma viagem bem bonita e tranquila. Uma hora depois chegamos na cidade de Chechacupe.

 

 

Usamos o banheiro, experimentamos a cerveja típica de milho e ficamos conversando um pouquinho por ali. Quando voltamos para a van, encontramos, no assento de cada integrante do grupo, um saquinho com snacks, banana e uma garrafa d’água. Todo dia teríamos lanchinhos para colocar nesse saquinho (isso sem contar o café-da-manhã super farto, o almoço com entrada, prato principal e sobremesa, o lanche pós trilha e o jantar no mesmo esquema do almoço – entendeu que comida por ali não é problema, né?! E ainda é deliciosa, diga-se de passagem!)

lanche no inicio da trilha ausangate

Continuamos a viagem passando por lugares incríveis, totalmente cercados por montanhas. Eu já estava maravilhada! Hehe. Se esse trajeto de carro já estava tão lindo e hora nenhuma essa beleza foi mencionada, imagina o trekking em si, que eles falam que não é desse mundo!

Bom, depois de mais aproximadamente 40 minutos chegamos em uma floresta linda à beira de um rio, onde almoçamos. Nosso cozinheiro viaja com a gente todos os dias. Ele faz uma comida deliciosa!

Nesse ponto, estávamos ainda a apenas 3.400m de altitude (a mesma de Cusco) – mas com toda aquela vegetação, o frio já era intenso.

Voltamos para a van e seguimos até o ponto inicial da nossa caminhada. A viagem foi ficando ainda mais bonita. Passamos por vales incríveis, cânions… As montanhas do Peru são deslumbrantes!

visual no carro para a trilha ausangate

linha pontilhada

Começando a caminhada: 3km para adaptação

Deixamos a van, saímos da estrada, e começamos a caminhada pelas montanhas. Estávamos a aproximadamente 4.300 metros de altitude. O ponto de início da trilha se chama Molino Viejo.

trilha ausangate

O trajeto no geral foi tranquilo. Caminhamos bem devagar para irmos nos adaptando à altitude. É curioso mas a gente realmente sente falta de ar. A cada 3 passos o coração dispara, e as subidas, mesmo que leves, ficam intensas e nos deixam sem fôlego.

Comecei a caminhada preocupada. Um milhão de pensamentos me cercavam com perguntas como “será que vou conseguir?”, “será que vou me adaptar?”, “será que vou passar mal, que minha cabeça vai doer?”, “será que eu estou ficando pra trás? não quero atrasar o grupo..”. Foi péssimo – isso só contribuía pro meu fôlego ir embora e eu não aproveitava nadinha do caminho. Minha dica é que relaxem! Vai dar tudo certo! Apreciem a paisagem, lembrem-se de respirar fundo e bebam muita água. Na hora em que a natureza me chamou a atenção e não me deixou pensar em nada além de sua beleza, tudo melhorou. Sério, gente! Não é conversa furada pra ficar bonito no texto, hehe! Sintam a natureza do lugar e relaxem! Vocês vão se sentir muito bem! 🙂

trilha ausangate

Após 3km chegamos em uma pequena cidadezinha. Foi super legal conversar com o guia sobre as comunidades da região e a forma como vivem. A única agricultura local, por exemplo, é a batata. Devido à altitude, eles não conseguem plantar mais nada. A renda das famílias vem das lhamas – vimos muitas por ali. Todos os dias, aproximadamente às 4 da tarde, as famílias assobiam chamando as lhamas, para que elas retornem à cidadezinha e fiquem em uma área cercada e protegida dos pumas. O guia ainda nos disse que é graças aos humanos que as lhamas existem até hoje – sem essa “proteção” elas provavelmente não durariam muito tempo.

primeiro lodge da trilha ausangate

Chegamos finalmente ao lodge, a quase 4.400m de altitude, por volta de 4h. Gente, que casa linda!! Ela é bem grande e conta com 2 andares, lareira no 1o andar e várias suítes.

Chegamos, colocamos pantufas, fizemos um lanche e tomamos chá perto da lareira. Esse clima de montanha, o grupo unido, se encontrando, dividindo histórias.. Gente… Isso é único! Parece que a gente cresce tanto quando passa por simples experiências assim. A vida parece tão leve, tão simples.. É tão bom sentir isso.

Ficamos ali então, sentados, conversando até às 19:00h, quando jantamos 3 pratos maravilhosos preparado pelo nosso querido cozinheiro. Sopa de tomate de entrada; truta, arroz e purê de batata doce como prato principal e um doce de chocolate e baunilha muitoooo bom, tipo um pavê.

Depois, Orlando Garcia, um cantor da comunidade, fez uma linda apresentação de música quéchua pra gente. Meninos, se preparem, porque vcs vão dançar!!

Depois jogamos baralho até umas 21h, quando resolvemos ir deitar. No dia seguinte acordaríamos às 6 da manhã.

Cheguei no quarto com a surpresa de uma bolsa de água quente esquentando a minha cama – e uns 3kg de cobertor. Os lodges não possuem energia elétrica, então o quarto fica realmente gelado!! A cama, entretanto, fica quentinha, e a gente dorme super bem!

Imagem de texto - continue lendo

linha pontilhada

  • Ana Louise
    18 de abril de 2018

    Raquel. Demais! Parabéns mesmo!
    Fiz Salkantay em 2012. Você sabe se essa trilha é considerada mais leve?

  • Roberto Theo Junior
    17 de agosto de 2016

    Parabéns pelo post Raquel! As fotos estão lindas, as montanhas do Peru são fantásticas e com uma energia incrível.

    Você sabe se é possível fazer o trekking de maneira independente, como o trekking de Santa Cruz em Huaraz?

    Obrigado

  • Carina
    22 de julho de 2016

    Esses posts deixaram com gostinho de quero mais. Os relatos dos demais dias sairão? Pf!

  • nayra
    19 de maio de 2016

    Raquel, tudo bem?

    Vou para lá em Setembro e estou procurando referencias de agencias boas…poderia passar a que você foi?
    Muito obrigada 🙂

  • Fernanda
    6 de maio de 2016

    Que benção de lugar!Parabéns!!!! Estou com viagem marcada pra lá no final de julho, vamos de carro daqui do Brasil! Não sei se todos os posts estarão prontos até lá, seria possível você me passar o contato com quem você fez a trilha e o valor por favor?

  • Thalita
    4 de maio de 2016

    Mto bacana!! Minha imaginação foi longe!! É uma trilha que gostaria mto de fazer. Parabéns pela matéria..
    Tenho uma dúvida, qual a melhor época para ir? E faz frio o ano todo por la?

Deixe o seu comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Post Anterior
Fraser Island, Austrália
Próximo Post
My globetrotter life – and how it’s a business!