Olá pessoal, pra quem não me conhece ainda, sou o Daniel. Acompanho de perto o trabalho da Quel desde o inicinho, mas pela primeira vez tô compartilhando com vocês minha experiência através do Vamos. Bom, tentei planejar minha trip para a Chapada dos Veadeiros nos detalhes, mas, como de costume, nada aconteceu como o planejado, hehe. Espero que vocês, ao lerem esse post, consigam fazer um planejamento mais acertivo que o meu :)!
Obs. A Quel já esteve na Chapada dos veadeiros duas vezes (uma na seca e outra na cheia). Ela vai contribuir com o post com algumas percepções, dicas e fotos.
Vou listar abaixo os assuntos aqui abordados pra facilitar a pesquisa de vocês. Basta clicar no tópico de interesse que você já será direcionado pra ele. Se preferir, pode ler a página na íntegra (vale a pena!):
- Introdução – O que esperar da Chapada dos Veadeiros
- Quando Ir
- Onde se Hospedar
- A Trip – Meu relato pela Chapada
- Cachoeira Santa Barbara;
- Candaru;
- Capivara
- Mirante da janela e abismo;
- Vale da Lua;
- Catarata dos Couros;
- Águas Termais;
- Cachoeira do Segredo;
- Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros;
- Macaquinho
- Contato do Guia
- Onde Comer
- Conclusão
Chapada dos Veadeiros – O que esperar
Se você quer viajar pra Chapada porque já viu fotos maravilhosas, mas não tem muita noção de como as coisas funcionam por lá, essa breve introdução é pra você! Mas, se você já pesquisou bastante e quer mesmo é saber sobre os passeios específicos, pode pular para o próximo tópico clicando aqui.
Bom, a Chapada dos Veadeiros não se resume somente ao Parque Nacional (como eu pensava que era até chegar lá). Na verdade, a maior parte dos atrativos está fora do Parque.
As principais cachoeiras – e mais conhecidas pelos turistas – estão próximas às cidades de São Jorge e Alto Paraíso. A cachoeira mais famosa da região por exemplo, a Cachoeira Santa Barbara, está próxima à Cavalcante, que é uma terceira cidade, aproximadamente uma hora de carro de Alto Paraíso.
Existem muitas e muitas cachoeiras na região. Acho que seria necessário um ano pra que eu conhecesse todas.
Nós voamos do Rio de Janeiro à tarde, rumo à Brasília. Havíamos alugado um carro com a empresa Karper (simplesmente por ser a mais barata que encontramos 🙂 ). Pagamos R$60/dia com seguro.
Sendo a mais barata não adianta querer tratamento vip: a empresa não tinha base no aeroporto – o que só descobrimos quando chegamos lá. Ligamos para eles e em pouco mais de uma hora trouxeram nosso carro.
Alugamos um onix 1.0 que supriu nossas necessidades durante a viagem. Recomendo a Karper, com a ressalva desse telefonema/aviso prévio que você deve fazer para confirmar sua hora de chegada no aeroporto. Na volta, também os telefonemas e, pontualmente, enviaram alguém para buscar o carro no aeroporto.
Alugar um carro é quase que mandatório para conhecer a chapada de um jeito eficiente. Seguem alguns exemplos de tempo de deslocamento entre uma cidade e outra:
Alto Paraíso – São Jorge: 30 min | Alto Paraíso – Cavalcante: 1 hora
Alto Paraíso – Brasília: 2h30 a 3 horas.
Recomendo que você estabeleça uma base em Alto Paraíso ou São Jorge e, de lá, siga pras cachoeiras que quiser (lembrando que você vai precisar de um carro!).
Cada uma dessas cidades tem suas características:
Alto Paraíso é a maior cidade por lá, tem uma área residencial e outra onde se concentram os restaurantes, lojas, padarias… Apesar de ser a maior cidade da região, é bem pequenininha e se resume a uma rua principal onde encontramos restaurantes e as pousadas ao redor. As ruas são asfaltadas, tem um posto de gasolina e não é fácil de sacar dinheiro, portanto uma dica: levem dinheiro vivo. Apesar disso, a maioria dos estabelecimentos aceita cartão.
ALTO PARAÍSO: melhor estrutura, ótima base
São Jorge tem cara de cidade da roça, todas as ruas são de terra e ela tem aquela pegada mais roots. Há também vários restaurantes, mas durante a baixa temporada é uma cidade mais vazia (enquanto Alto Paraíso continua com um certo movimento). É lá que fica a entrada para o Parque, que falarei mais adiante.
SÃO JORGE: evite como base da época da baixa temporada (out-fev [chove])
Cavalcante é onde está a famosa Cachoeira Santa Barbara, de água azul e super cristalina. Essa é uma cidade bem pequena que oferece pouca infraestrutura. Nós optamos por dormir uma noite lá por questão de logística, mas logo ficamos com vontade de estender a estadia – isso porque por essa região existem inúmeras cachoeiras que são bem menos exploradas, mas são tão lindas quanto as outras. Por serem menos conhecidas, demandam uma programação melhor e também são mais custosas (muitas precisam de guia). Fora as estradas, que próximo a Cavalcante, são mais precárias e a rota para algumas das cachoeiras pedem um carro 4×4.
CAVALCANTE: pouca infraestrutura. Estradas de terra. Próxima à Santa Bárbara.
Nossa decisão: Depois da primeira noite em Cavalcante optamos por nos hospedar todos os outros dias em Alto Paraíso.
A ideia inicial era ficar um tempo em São Jorge (para aproveitarmos as cachoeiras de lá) e depois então ir pra Alto Paraíso (para curtir os programas mais perto), mas como é muito rápido ir de uma cidade para a outra e fomos tão bem recebidos no Hostel Buddys, decidimos ficar apenas em Alto mesmo.
Logo que chegamos, Seu Aldemar nos deu todas as dicas que precisávamos para conhecer a região. Recomendo muito esse Hostel & Pousada – que tem desde quartos compartilhados e área pra camping até suítes privativas.
Quando Ir
A Chapada dos Veadeiros tem duas épocas muito distantes: o período da seca e o das chuvas.
A época das chuvas vai de outubro até fevereiro/março. Sendo bem sincero, eu comprei a passagem sem nem me atentar a esse “detalhe”. Só fui descobrir que chove praticamente todos os dias nessa época quando cheguei lá. No primeiro dia confesso que achei bem ruim, mas a partir do segundo já havia me acostumado e não deixei a chuva atrapalhar nenhum passeio. A umidade da Amazônia traz muita chuva pra região e quase todos os dias pegamos chuva, sol, mormaço, garoa, névoa.
Dica: Bom, se vocês forem nessa época, não fiquem na pousada porque está chovendo. Às vezes está chovendo aonde você tá e, dirigindo 5 km na direção do passeio, está sol. Quando a Quel foi em março, ela teve a mesma experiência. Pegou muita, muita chuva mas conseguiu visitar cachoeiras sem chuva nenhuma. Só deixou o lembrete (muito válido inclusive) para evitar regiões que correm risco de tromba d’água.
Na época da seca (mais garantido de maio a setembro) você encontra as cachoeiras com águas mais calmas e claras. É bem melhor para nadar nos poços (com exceção da Santa Bárbara, que é boa o ano inteiro pq ela não é influenciada pela chuva) e aproveitar. Por outro lado, é na época das cheia (e consequentemente das chuvas) que as cachoeiras estão mais volumosas (e muita gente prefere esse visual).
Vale a pena, então, ir na época das chuvas?
Se você é uma pessoa que não curte muito uma aventura, trilha, se você é meio fresco(a) – no melhor sentido da palavra 🙂 -, a resposta é NÃO, definitivamente não. Porque nessa época é quase 100% certo que vai chover durante alguma trilha. E sim, isso aumenta o perrengue.
Pra mim, valeu muito! Eu nunca fui durante a seca, é verdade, mas vendo as fotos, as cachoeiras ficam muito mais cheias nessa época em que fui. Apesar da água ser um pouco mais escura, ficam muito mais bonitas na minha opinião. Mas gosto é gosto! Vale reforçar que a Cachoeira da Santa Bárbara não sofre “interferência” com a chuva e suas águas continuam cristalinas! Algumas cachoeiras, entretanto, ficam mais amarronzadas.
A Quel já esteve por lá na seca e realmente preferiu. Ela foi em setembro e conseguiu entrar em todas as cachoeiras, nadar nos poços e admirar águas bem cristalinas – mas também deixa o alerta: é muuuito quente! Na trilha das Almécegas, por exemplo, uma pessoa até passou mal pelo calor.
Pra entender melhor, dá uma olhada nas imagens abaixo. A da esquerda mostra a Cataraca dos Couros em setembro (seca) e a da direita em Novembro (cheia).
Onde se Hospedar
Como falei, me hospedei no Hostel Buddys (o nome certo, na verdade, é Buddy’s Hostel & Pousada) em Alto Paraíso.
A Quel já se hospedou duas vezes no Paraíso dos Pândavas e adorou. O hotel está localizado em uma área maravilhosa e conta com 3 cachoeiras dentro de sua propriedade – além de uma piscina natural. Ele é ideal para quem curte Yoga, comida orgânica e tem uma vibe mais tranquila (lá não é permitido bebida alcoólica, por exemplo). É o lugar onde a Quel fala que mais encontra sua paz.
Gente, eu realmente AMO esse lugar! Já levei os pais do Leo, a tia também ja foi, vários amigos!! Se você curte a proposta do hotel, não tem erro! E é uma ótima opção tanto pra quem viaja sozinho, quanto pra quem vai em casal, em família ou entre amigos. Há várias opções de quarto! Bjo!!
Nossas recomendações
Cavalcante (base para visitar Santa Bárbara) | duas noites por aqui pode ser o ideal |
Pousada Manacá (ótima pedida para casais, mas lembrando que, assim como todas as acomodações de Cavancante, a hospedagem não tem luxo!). Obs: Mesmo que o booking mostre que não há disponibilidade, tente contato direto com a pousada.
Vale das Araras (essa é um pouco mais “moderninha” e tem até piscina. Bem bonita!)
Alto Paraíso (a cidadezinha da região com mais estrutura) | recomendo umas 3 noites pelo menos |
Paraíso dos Pândavas (como um retiro de yoga – um lugar calmo, de muita, muita paz!!)
Hostel Buddys (albergue e pousada)
Pousada Recanto Grande da Paz (dica da Fabi, do blog Loucos Por Viagem)
Jardim da Nova Era (recomendada por alguns leitores pelo Instagram)
São Jorge (próxima ao Vale da Lua e mirante da Janela) | apenas se você quiser variar as cidades | incluiria duas noites |
Pousada Casa das Flores (parece ser ótima)
A trip
Meu relato pela Chapada dos Veadeiros
Chegamos no aeroporto e supostamente encontraríamos um amigo em Alto Paraíso, em cima da hora ele decidiu ir pra Formosa (que é uma cidade com cachoeiras alucinantes que também fica próxima a Brasília). Então decidimos ir direto pra Cavalcante para conhecer a cachoeira mais famosa da região. Recomendo fazer isso porque no dia seguinte já acordamos na cidade e aproveitamos melhor o tempo. Acordamos, tomamos um café da manhã caprichado e fomos em direção à cachoeira de Santa Barbara.
Santa Barbara
Essa cachu dispensa comentários, quem já viu fotos dela não tem a menor dúvida em incluí-la no roteiro. De águas azuis cristalinas, é uma das cachoeiras mais impressionantes que eu já vi. A Quel acha o mesmo: é sua preferida no Brasil. No mundo, é a Havasu Falls, no Arizona.
Quando acordamos o tempo estava ruim, tudo nublado, ameaçando chover, e logo pensamos: Nos f*%&$*! Mas… logo, logo descobrimos que nessa época realmente chove todos os dias e a qualquer momento. Não deixamos a chuva nos atrapalhar e dirigimos até o povoado Quilombola (onde fica a cachoeira), passando por estrada de terra bem acidentada, mas nada que nosso carro não encarasse -dirigindo com cautela, claro.
É mandatório a contratação de um guia para esse passeio. Existe a opção de contratá-lo no CAT de Cavalcante, mas optamos por fazer isso lá no povoado mesmo, porque nos informaram que era mais barato (se você estiver inseguro de fazer o trajeto até o povoado sozinho, aconselho que contrate na cidade). O valor é fixo em 100 reais por grupo para conhecer 2 cachoeiras (Santa Bárbara e Capivara) Na verdade são 3, porque bem pertinho da Santa Bárbara está a cachoeira Bárbarinha. Vou deixar uma foto da viagem da Quel (março/2015) pra vocês verem como ela é:
O grupo pode ser de até 8 pessoas se não me engano. E é fácil chegar na sede que ficam os guias, então não é mesmo necessário o agendamento prévio.
Nossa ideia era conhecer 3 cachoeiras: Santa Barbara, Candaru e Capivara.
Depois de encontrar com o guia, reservamos com ele nosso almoço (tem que avisar com antecedência) e fomos para a primeira parada, Santa Barbara. A trilha é bem tranquila, quase não tem desnível e qualquer pessoa que não tenha dificuldade de locomoção consegue fazê-la.
Por ser uma terça feira, em baixa temporada, curtimos a cachoeira sem mais ninguém. Do nada, em meio a toda aquela chuva, abriu um sol lindo. Tivemos esse paraíso só pra gente e por quanto tempo quiséssemos. Ficamos sabendo que em dias movimentados a cachoeira fica lotada e é estipulado um máximo de 1 hora por grupo, para suprir a vazão.
Candaru
Essa é uma cachoeira não tão visitada, mas conhecida por todos da região. Acho que o motivo dela não ser tão explorada pelos turistas é o tamanho da trilha de acesso, que conta ainda com uma decida grande na ida, e consequentemente uma subida grande na volta. A trilha toda dura uns 40 minutos por trecho.
Durante a ida começamos a ouvir muitas trovoadas e logo começou uma mega chuva. Tínhamos deixado as capas de chuva no carro porque quando começamos a andar estava sol, mas em 20 minutos mudou tudo e ficamos encharcados. Como o clichê já diz que ta na chuva é pra se molhar, continuamos andando e apreciamos uma bela cachoeira no final. Não mergulhamos porque a correnteza estava muito forte, a água já estava ficando barrenta e ainda havia o risco de tromba d’água. Mesmo assim valeu o passeio.
Já deixo então a dica pra não subestimarem o clima na Chapada nessa época e estarem sempre prevenidos.
Por conta da chuva, acabamos não indo pra Capivara. A guia nos informou que às vezes o rio enche e a galera fica ilhada na cachu, então resolvemos evitar. Fomos direto almoçar.
Capivara
A Quel conseguiu visitar a Capivara quando fez essa viagem em março (a chuva até chegou, mas ela já estava saindo do local e não teve problemas). A trilha de acesso é curta.
Depois do almoço não sabíamos o que fazer, se continuávamos por lá para conhecer outras cachoeiras ou não, mas acabamos decidindo ir pra Alto Paraíso mesmo.
Cachoeira Boa Esperança
No caminho de Cavalcante para Alto vimos com uma placa “Cachoeira Boa esperança”. Decidimos entrar pra conferir já que ainda era cedo. Assim que saímos da estrada, nos deparamos com uma rua muito esburacada. Deixamos o carro e fomos andando sem saber o que esperar. Por sorte, depois de poucos minutos vimos a cachoeira de cima, uma bela vista que vale conferir.
Logo depois, encontramos um casal e um guia na estrada. Perguntei a ele sobre essa cachoeira e ele me contou sua história. Ela era usada na execução de escravos revoltos, que eram arremessados lá de cima. História muito pesada :(. A vista era linda mas continuamos a viagem e logo chegamos na pousada.
Por coincidência, assim que arrumamos as bagagens no quarto, encontramos o mesmo guia dentro da nossa pousada e ele já juntou outro casal que queria fazer um passeio no dia seguinte, desse jeito sai mais barato para todos. Fomos rumo ao Mirante da Janela e Abismo.
Mirante da Janela e Abismo
Acordamos com muita chuva e, seguindo as orientações do Aldemar, esperamos nosso guia chegar na pousada e partimos. Éramos um grupo de 4.
A trilha para o Mirante da Janela começa fora do parque, dentro de São Jorge e é cobrado uma taxa de 15 reais. A trilha é quase toda aberta, portanto levem protetor solar e chapéu. A trilha se resume em uma subida e uma decida, nada muito pesado, mas dá pra suar. São 3km de ida e 3km de volta. Como tem decida e subida na ida e na volta, demoramos uns 40 minutos para chegar no mirante.
É necessário guia?
A resposta é depende. Se você tem alguma experiência em trilhas, vai conseguir achar facilmente o caminho. Eu particularmente tiraria de letra, mas admito que não sei se conseguiria achar a janela. Lembrando que eu fui numa época que estava tudo vazio, não encontrei nenhum outro grupo no meio da trilha, logo se me perdesse não ia ter ninguém pra pedir informação.
Na volta paramos para nos refrescar na cachoeira do Abismo, que só existe na estação de chuvas. Não é nada grandioso, mas muito recompensador, e com uma vista linda.
Vale da Lua
Voltamos do Mirante da Janela por volta de 17h00. Como os “bons aproveitadores do horário de verão” que somos 🙂 e com uma vontade enorme de conhecer mais atrativos, deixamos o casal que estava com a gente, pulamos o almoço e fomos com o guia para o Vale da Lua.
Para entrar nesse local é cobrado uma taxa de 20 reais por pessoa.
O complexo compreende um rio com formações rochosas muito diferentes, que lembram a face da lua, cheio de crateras. O lugar definitivamente não demanda um guia, mas já que o Oleg já estava conosco, veio junto, o que se mostrou bem positivo porque ele nos levou pra alguns lugares que ele conhecia, como essa cachoeira embaixo de uma pedra.
Curti bastante o passeio, apesar de não ser tão bonito quanto outros programas, é bem diferente e como fica entre São Jorge e Alto, dá pra ser encaixado junto com alguma outra cachoeira, no final do dia.
Catarata dos Couros
Voltando do Vale da Lua já estávamos nos perguntando o que faríamos no dia seguinte. Nosso guia recomendou os Couros, afirmando ser uma das mais bonitas cachoeiras da Chapada. Ficamos meio sem saber o que fazer, pois não queríamos ter que pagar guia mais uma vez e iríamos pesquisar se realmente precisaríamos de um para ir lá.
Chegando na pousada conhecemos uma mulher que estava sozinha e aceitou dividir o guia com a gente. Como o guia cobra 150 reais a diária, com três pessoas já fica um bom custo x beneficio. No dia seguinte, então, fomos em direção aos Couros.
O lugar é impressionante, o Rio dos Couros tem bastante volume, a água cor de coca, e forma belíssimas quedas d’água, bem fortes na época das chuvas. A entrada para a cachoeira fica há um pouco mais de 1 hora de Alto, são cerca de 30 km, mas boa parte em estrada de terra, porém em boas condições. A trilha é bem pequena, e paramos o tempo todo em uma cachoeira diferente, são vários os pontos de mergulho, então dedicamos um dia inteiro para conhecer as cataratas.
Durante a cheia, não dá pra mergulhar em todos os lugares por causa da força do rio. Nesse ponto achei bem positivo ter o guia com a gente. Ele nos indicou lugares que achei que poderia nadar sem problemas, mas que na verdade já houveram muitos acidentes, e me mostrou lugares que eu nunca achei que seria possível entrar, mas na verdade dava.
A maior cachu que já entrei embaixo foi lá. Eu sou um daqueles que ama adrenalina, já fiz de tudo um pouco: asa delta, skydiving, escalada, scubadiving, rafting, e a lista só aumenta. Mas nessa cachoeira fiquei completamente adrenalizado, era muita água, muito barulho, um escorregão e a impressão era que eu ia ser arremessado rio abaixo, só aí já valeu ter o Oleg (nosso guia) no programa.
Não se paga nada para conhecer o Salto, mas no estacionamento tinham três pessoas tomando conta. O guia nos explicou que antigamente era comum ter carros saqueados ali, e hoje em dia alguns moradores da região ficam lá tomando conta e nós podemos pagar o que acharmos justo.
Depois de um dia inteiro de cachoeiras, almoçamos uma comida deliciosa na casa de um morador local (reservamos o almoço com um dos caras que estava tomando conta do estacionamento), e voltamos para a pousada.
Águas termais
Depois de um dia inteiro mergulhando nas cachoeiras, deixamos o guia em Alto Paraíso e rumamos em direção as Águas Termais do Morro Vermelho. Lá tem dois lugares com essas águas, e nos informaram que essa era um pouco mais quente que a outra. As águas não são muuuito quentes, tá mais pra morna, mas mesmo assim são bem boas para se relaxar depois de uma caminhada. Valeu muito conhecer o lugar.
Cachoeira do Segredo
Um dos lugares que eu queria muito ir era a Cachoeira do Segredo, tendo a experiência muito positiva do guia em nossos passeios, nós resolvemos chamar o Oleg mais uma vez. Essa trilha é um pouco mais longa, são 6 km de ida e 6 km de volta. Também dá pra fazer sem guia tranquilo, se você já tem uma experiência em trilhas.
Durante a trilha temos que cruzar o rio diversas vezes, numa dessas travessias estava tentando ir pelas pedras, pra não molhar o tênis, do nada pisei numa pedra que estava fora da água, olhei pro guia, quando olhei pra pedra de novo, meu tênis já estava metade dentro da água. Falei pra galera voltar, e todos voltaram, menos o guia que já tinha atravessado, era uma tromba d’água. Em questão de menos de um minuto o rio subiu mais de um metro, o guia ficou preso do outro lado e só conseguiu atravessar de volta depois de ter jogado uma corda para mim. Por sorte tem uma trilha alternativa, que não precisava cruzar o rio naquele ponto e conseguimos chegar na cachu.
Chegando lá ficamos estonteados com a beleza do lugar, a cachoeira é linda, uma das mais bonitas que nós visitamos. Assim que cheguei dei um mergulho, a água estava bem escura por causa da tromba d’água, mas por outro lado, a cachoeira estava muito cheia, bem bonita mesmo. Depois de um mergulho fiquei alguns minutos parado, somente apreciando a queda d’água.
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Só tínhamos mais dois dias completos de viagem e muitas cachoeiras que queríamos conhecer, decidimos ir para o Parque. O parque guarda vários atrativos, mas são divididos em dois circuitos:
- Cânions e Carioquinhas
- Saltos e Corredeiras
Normalmente as pessoas dedicam um dia para cada circuito, como queríamos otimizar o tempo e gostamos de uma boa caminhada resolvemos fazer tudo num dia só. Nosso guia tinha nos informado de um atalho, que na verdade é uma trilha usada por socorristas, que corta um bom pedaço de trilhe entre os dois circuitos, conseguimos achar esse atalho e andamos um total de 18 km nesse dia.
Esse foi o único dia que pegamos chuva o tempo todo. Começamos a andar com um mormaço, mas logo começou uma chuva leve que ficou aumentando e diminuindo, e que quase não parou. Talvez se estivesse sol, gostaria de mais tempo em cada atração.
Os Cânions são muito interessantes. Na verdade é um cânion apertado, por onde passa todo o rio, e depois tem um poço maravilhoso para banho.
A cachoeira Carioquinhas lembra um pouco os Couros, um pouco menor, também muito boa para mergulhar.
Depois fomos para as Corredeiras que, na minha opinião, é o atrativo mais fraco do Parque, mas também não perdi o mergulho. O legal ali é que a trilha é adaptada para cadeirantes, que conseguem chegar de carro até bem pertinho, e uma ponte de madeira leva até a beira do rio.
Das corredeiras descemos para os Saltos, essas cachoeiras são as mesmas que vimos do mirante da Janela, mas agora de perto. O salto de 120m é só para apreciação, não existe trilha até a base. Mas no salto de 80m é permitido o banho, a cachoeira impressiona pelo volume de água, e é o melhor atrativo do parque.
Não é cobrada entrada no parque, mas tivemos que pagar o estacionamento. Optamos por ir lá sem guia, e realmente não precisa, as trilhas são muito bem indicadas.
Esse foi o único dia que encontramos outras pessoas em algumas das cachoeiras que paramos.
Macaquinho
No ultimo dia de viagem fomos conhecer o circuito Macaquinho. O lugar conta com mais de dez lugares para banho, incluindo uma cachoeira de nudismo.
O circuito começa dentro de um camping, que é bem sinalizado. Para chegar lá também tem várias placas e achamos sem problemas.
A trilha é bem rápida. Decidimos ir até a última cachoeira andando (uns 40 minutos) e voltamos parando e conhecendo os poços e cachoeiras. Definitivamente recomendo o programa, que não precisa de guia. O lugar vai te tomar o dia inteiro para conhecer, já que são muitos os lugares de mergulho. Eu considerei um dos pontos altos da viagem.
O rio tem as águas bem clarinhas (até na época das chuvas), e varia de poços com águas tranquilas como o poço do Jump, até cachoeiras maiores como a Cachoeira do Encontro ou a Cachoeira da Caverna.
DICA IMPORTANTE: A estrada, apesar de ser de terra, é tranquila. Apenas os últimos 900 metros são muito acidentados e inclinados. Ouvimos várias histórias de pessoas que vão com o carro até o camping e não conseguem subir de novo, apenas com guincho, portanto se você não estiver com um 4×4, pare o carro na placa de 900m para o camping e vá andando.
Contato do guia
Como vocês viram, alguns lugares precisam de guia, outros não precisam, e outros não precisam mas é bom levar.
Nosso guia se chama Oleg, é um russo que viajou o mundo inteiro e parou no Brasil há muitos anos. Ele fala português perfeito e suas histórias de vida são um atrativo a parte.
Ele nos cobrou uma diária de 150 reais (novembro de 2017), que pode ser dividida por um grupo de até 10 pessoas. É importante dizer que ele precisa de um lugar no seu carro.
Como na maioria das cachoeiras não tem sinal, tente ligar pra ele fora dos horários dos passeios.
Tel de contato: (61) 9 9841 7177 ou (62) 9 8219 2184 | E-mail (retire os espaços): arararte @ yahoo.ca
Onde Comer
Recomendamos muito dois restaurantes em Alto Paraíso que nos impressionaram:
– Vinil
É um charmoso restaurante na rua principal de Alto, servem crepes de receita francesa, que não levam leite nem ovo, e são absurdamente deliciosos. Também servem suas famosas panelinhas, que são como se fossem um risoto, opção lá é o que não falta.
Fomos muito bem atendidos pelos donos, que se apaixonaram pela cidade e resolveram se mudar para lá, eles também nos deram varias dicas dos lugares que deveríamos ir e nos acompanharam em algumas bebedeiras pra fechar o dia.
Esse restaurante é surreal, me impressionou bastante já que eu nunca tinha comido um churrasco Uruguaio antes. Servem carne, frango e peixe, assados na brasa. Simplesmente delicioso.
Também fica na rua principal de Alto e é mandatório incluir esse lugar no seu roteiro.
Conclusão
Me amarrei na viagem, vivi tudo que eu tinha direito, comida boa, trilhas, perrengues, cachoeira, tudo o que faz parte de uma boa viagem. Andei bastante, conheci algumas das cachoeiras mais bonitas que já vi.
A cor da Santa Bárbara, a força da Catarata dos Couros e a beleza da Cachoeira do Segredo foram o que marcaram a minha trip. Recomendo veemente esse lugar para os amantes da natureza e de tracking.
Até a próxima!
Maria Gorete Alves Moreira
Olá, já fui p Chapada na época da seca, vou voltar agora em novembro, tô com medo da chuva estragar meus passeios, minha dúvida é, chove e esfria? Pq em setembro qdo fui estava muuuito quente, ou é aquela chuva q te deixa aproveitar, pq mais medo do q chuva, é meu medo de passar frio..
Raquel Furtado
Maria Gorete Alves MoreiraOi Maria, pode esfriar nada, mas eu nunca peguei frio intenso demais não. O frio, entretanto, foi no inverno!
Thiago Goes
Olá amigo, vi que você foi no período de chuvas, mas você não disse em que mês foi…pretendo ir em novembro. Qual mês desse período você fez sua trip??
Mariane Camargos
Thiago GoesTambém fiquei curiosa para saber quando ele foi…
Gabriel
Você comentou que foi na época da chuva, mas qual mês exatamente você foi? Obrigado.
Natalia
Maravilhoso, Os lugares perfeitos, me organizando já, pra fazer uma trip nesse lugar.
Parabens pelo post.
Monique Souza
Que delícia de post, e com certeza delícia de viagem.
Amei.
RUTE MATOS
Vou sozinha e sem carro, pois não sei dirigir. É fácil conseguir outras pessoas para rachar o passeio? Pretendo ir em agosto.
Narjara Costa
Olá,
Gostaria de saber se tem algum passeio que eu consigo fazer em uma manhã, pois meu vôo sai de Brasília às 19 horas e queria otimizar o dia. Estarei hospedada em São Jorge.
Obrigada
Narjara Costa
Olá,
Infelizmente ficarei apenas 4 dias na Chapada, quais passeios você recomenda como imperdíveis?
Amanda
Vocês fizeram a reserva do carro pela internet? O valor é aquele mesmo ou possui alguma taxa surpresa na hora? 😀
Raquel Furtado
Amandaaquele mesmo!!
Cecilia
oiii! adoro esse blog e acho legal compartilhar minha experiência.. eu fui em janeiro de 2016 e ela não chegava a ficar “barrenta” como muitas outras, mas não fica tao azul e tao bonita… de qualquer forma é muuuito linda e vale o passeio. a água estava mais esverdeada do que o que eu vejo nas fotos.
a época das chuvas é ruim por um lado: algumas cachoeiras sao perigosas demais pra visitar, algumas nem conseguimos chegar porque a trilha está inacessível, enfim… por outro lado é muito legal ver as cachoeiras MUITO fortes! além disso, tem cachoeiras que só existem na chuva, como a do abismo, por exemplo, que fica no caminho do mirante da janela.
parabéns pelo trabalho de vocês!
Sarah
Bom dia !
Vou para chapada agora em janeiro. Vi o clima não vai estar tão quente assim. Pegaram algum dia de frio ?
Quando tem tromba d´água os guias avisam ?
Obrigada !
Raquel Furtado
SarahOi Sarah, os guias são bem orientados em relação a tromba d’água mas, muitas vezes, elas aparecem de forma repentina e não tem muito como prever.
O frio pro lá é mais à noite, não é muuuito intenso não.