Às margens do maior lago da Suíça, Genebra reserva uma paisagem maravilhosa, restaurantes excelentes e diversas opções de lazer (principalmente na primavera/verão). Conhecida como a “capital mundial da paz” (pela neutralidade alcançada em 1815 em meio ao turbulento cenário da Europa , por ser sede de organizações de grande importância mundial como a ONU e a Cruz Vermelha, e por ter sido nela em que foram assinados diversos tratados em prol da paz mundial), a segunda maior cidade da Suíça merece sua visita – nem que seja por um dia e uma noite, mas eu recomendaria pelo menos dois dias inteiros.
Genebra, Suíça
Quem me acompanha por aqui ou pelo Instagram sabe que eu sou APAIXONADA pela Suíça <3! Preciso das duas mãos para dizer quantas vezes já estive no país – e o mesmo acontece com Genebra. Entretanto, ao contrário do esperado, eu não conhecia a cidade tão bem até o inverno de 2018. Foi em dezembro desse ano que passei alguns dias descobrindo bairros charmosos, restaurantes e o recém inaugurado mercadinho de natal. Me encantei.
Minhas muitas visitas à cidade aconteciam devido sua localização estratégica perto dos Alpes franceses – onde eu costumo ir esquiar. Infelizmente, eu acabava fazendo sempre a mesma coisa: um rápido passeio em torno do lago, um almoço também por ali e jantar perto do hotel (quando havia uma pernoite). Mas dessa vez foi diferente.
Hoje trago pra vocês minhas muitas descobertas e dicas de Genebra:
SOBRE GENEBRA
Genebra é uma cidade “business”. Verdade! Mas a única real influência desse fato na sua viagem pra lá é a diferença do preço das hospedagens no final de semana. Acredite se quiser, sexta pra sábado e sábado pra domingo são os dias mais baratos para pernoitar na segunda maior cidade suíça.
Genebra nos reserva várias boas surpresas. Por ser extremamente internacional e multicultural (apenas 40% da população da cidade nasceu por lá), ela oferece opções de restaurantes que são praticamente uma volta ao mundo. Da gastronomia marroquina à koreana, você encontra um pouco de tudo.
A cidade também tem lugares lindos, como o lago e o Jet d’Eau e importantes como a ONU.
Carouge é outra surpresa: um distrito que possui características bem típicas e distintas. A vila foi criada pelo duque da Sardenha (Itália) e tem uma arquitetura super especial. O mercado das quartas e sábados e o “aprés market” (pós mercado) das quintas – ótimo para um vinho, e bem movimentado – merecem uma visita. No verão, então, o lago se transforma em um parque de diversões e tanto a praia de Genebra quanto as atividades aquáticas fazem a alegria da população e dos turistas.
E tem mais: apesar de estar localizada na Suíça, Genebra é a porta de entrada para várias cidades e estações de ski (ou ski resorts) na França. Annecy, Chamonix, Val Thorens, Courchevel, Avoriaz, La Cluzas e Tignes são alguns maravilhosos exemplos.
Comumente, brasileiros voam até Geneve – como é chamada em Francês – para pegar um transfer (de aproximadamente 2, 3 horas) rumo às férias na neve. É uma pena que, muitas vezes, as únicas partes de cidade exploradas são o aeroporto e a estação de trem. Genebra tem muito mais a oferecer – e uma estadia de 2 noites antes ou depois da viagem aos Alpes complementa muito bem as suas férias.
COMO CHEGAR
Chegar em Genebra é fácil: vôos diários saem das principais cidades do Brasil com destino a Genebra, mas sempre haverá pelo menos uma conexão. Voando de KLM, por exemplo, a conexão será em Amsterdam; voando TAP, em Lisboa; e Lufthansa, em Frankfurt.
Uma opção interessante – e normalmente com ótimo preço – é voar com a empresa Edelweiss – pertencente ao grupo Lufthansa-Swiss. A cia opera vôos diretos Rio de Janeiro – Zurich duas vezes na semana, às terças e sextas-feiras. Uma vez em Zurich, e de dentro do aeroporto mesmo, você pode pegar o trem rumo a Genebra.
Para horários e preços de trem, acesse o site da SBB. (empresa responsável pela linha ferroviária do país).
Ainda sobre trens na Suíça..
Você já ouviu falar do Swiss Travel Pass? Ele é basicamente um passe que o turista pode adquirir para usar livremente todos os transportes públicos dentro das cidades e todas as linhas de trem do país (com exceção de algumas rotas especiais como o último trecho para Jungfrau, por exemplo). O passa é vendido em algumas modalidades. A mais comum é valida para 3, 4, 8 ou 15 dias consecutivos. Explico mais detalhes no post: Tudo sobre o Swiss Travel Pass.
Se você já estiver na europa e quiser chegar em Genebra de avião, recomendo olhar os preços tanto da cia aérea Swiss quanto das lowcosts Easy Jet, a Flybe e a Eurowings.
QUANDO IR A GENEBRA
Eu diria o ano todo menos em novembro. Esse é um mês ingrato em lugares onde o inverno é mais rigoroso e as estações são bem definidas. Novembro já marca o fim do outono então as folhas das árvores já caíram (em sua maioria) e as cores incríveis da vegetação (famosos tons de laranja, amarelo e vermelho) já não marcam mais presença. A chuva – que ainda não é neve – também atrapalha um pouquinho.
A melhor época para aproveitar bem a cidade é de maio a final de setembro. O verão costuma ser pouco chuvoso; tem dias longos, temperatura agradável e reúne muitas e muitas pessoas felizes na rua. Os rooftops e varandas dos restaurantes funcionam a todo vapor, o lago fica movimentado com barcos e pessoas e – acredite – os preços para turistas ficam ainda mais atraentes. Como falei no início da matéria, Genebra é uma cidade cuja hotelaria é principalmente movimentada por viagens à trabalho. Como o verão marca as férias suíças, os preços caem. Bom demais <3!
Dito isso, eu também adoro o início do outono, a primavera e o inverno (principalmente a partir do dia 10-15/12 – mas pra pegar neve mesmo recomendo à partir de janeiro). O mês de dezembro tem um charme especial por causa do recém inaugurado mercado de natal de Genebra, que dura o mês todo. Nele você encontra, além da linda decoração natalina, barraquinhas vendendo comidas típicas (que vão das empanadas argentinas aos tacos e ao raclette – sim, lembra que a cidade é super multicultural?), pista de patinação no gelo (3 CHF o aluguel do patins, vale pra patinar pelo tempo que você quiser), música ao vivo e muito vinho quente (uma mega tradição dessa época de natal).
Em janeiro e fevereiro eu recomendaria um final de semana na cidade antes ou depois de uma viagem ao ski resort de sua preferência. Uma ou duas noites são suficientes para o inverno. Aproveite para comer muito bem, dar uma voltinha (muito bem agasalhado) em uma das margens do lago e explorar a cidade antiga.
ONDE DORMIR EM GENEBRA
Genebra tem uma extensa opção de hotelaria – muitos são de luxo, com 4 ou 5 estrelas e um serviço impecável. Eu tive a oportunidade de me hospedar no Hotel D’Anglaterre (5*), que leva o selo da LHW (450 CHF ++). A localização é perfeita: nas margem direita do lago, a menos de 10 minutos de caminhada da estação de trem (a Gare de Geneve) e bem próximo do ponto de partida de barco para o outro lado do lago. De qualquer forma, mesmo sem transporte público a localização é perfeita: são apenas 20 minutos de caminhada até a Rue Henri Blanvalet (super trendy pros jovens) e nem 15 até o centro da cidade, na margem esquerda do lago.
Ao longo da orla, bem próximo do Hotel D’Anglaterre, há ainda uma série de outras opções de luxo.
Quem busca uma opção mais acessível pode dar uma olhadinha no Ibis Style de Carouge (150 – 200 CHF por quarto). A região é um charme e está a menos de 10 minutos de tram do centro de Genebra.
Lembrando que uma vez que você tenha um hotel (de qualquer categoria) reservado na cidade, você automaticamente ganha o passe para usar gratuitamente o transporte público durante todos os dias da sua estadia.
Outra opção também em conta (150 – 200 CHF por quarto) é a rede Manotel Group. São 6 hotéis pela cidade. Alguns deles são o recém renovado N’vY Manotel, o Auteuil Manotel e o Edelweiss Manotel.
Albergues em Genebra são de altíssima qualidade então o preço corresponde às instalações e serviços. As diárias giram em torno de 90 CHF para o quarto privativo. Já uma cama nos quartos compartilhados sai em torno de 30-40 CHF . Alguns exemplos são o Geneva Hostel e o City Hostel Geneva.
COMO SE LOCOMOVER EM GENEBRA
Transporte Público X Uber X Táxi
Bom, antes de tudo, Uber não é legalizado na Suíça… mas acho que algumas pessoas usam mesmo assim. Taxi é bem caro (uma corrida curta – menos de 10 mins – custa em torno de 16 CHF!). Mas, pra alegria de todos, o transporte público é um dos mais eficientes e maravilhosos do mundo.
E para nos alegrar ainda mais – e como falei acima – ele é gratuito para os turistas (basta ter noites reservadas em hotéis da cidade, independente da categoria). No checkin, o hóspede já recebe um cartão – chamado Geneva Transpor Card – com validade para o período de hospedagem. O passe inclui todos os meios de transporte, até barco entre as margens do lago e trem para o aeroporto.
É super fácil se guiar pelo Google Maps (que uso muuuito em viagens) e planejar o tram, ônibus, trem ou barco que você precisa pegar para ir do ponto A ao B.
O QUE FAZER EM GENEBRA
PASSEIOS
Genebra à primeira vista pode parecer muito business – e até uns 4 anos atrás, mais ou menos, era bem assim mesmo. Mas nos últimos anos esse cenário foi naturalmente mudando um pouquinho. Acredito que os novos restaurantes que abriram na cidade ao longo desse tempo contribuíram muito para atrair um novo tipo de turista à Genebra.
Por isso fico até um pouco tentada a começar essa lista dizendo: COMER!! rs! Genebra, como falei, é mega internacional então ir aos restaurantes da cidade é quase como fazer uma viagem pelo mundo. Mas tudo bem, isso não é tudo, até porque, a cidade tem um lago INCRÍVEL. Além de muita história (experimente se hospedar na cidade em dezembro, no único final de semana em que é comemorada a Escalade – o evento mais importante para a população local – falo mais sobre isso abaixo).
Bains des Pâquis – A praia de Genebra é um dos lugares preferidos dos locais no verão. Ela funciona diariamente, o ano todo – no inverno, entretanto, ao invés de nadar no lago, você pode curtir um SPA com sauna, hammas e banhos turcos. Esses serviços são pagos mas o acesso à praia é gratuito.
Descer o Rhône de caiaque;
Alugar uma lancha / barco para curtir o lago;
Aproveitar os bares da rua Henri Blanvalet (noite) – Essa rua é super trendy, cheia de bares descolados e ótimos restaurantes. Recomendo muito um jantar por ali seguido de um drink em um dos bares em uma sexta-feira ou sábado à noite.
Explorar a cidade murada (cidade velha) – É possível fazer esse tour de mini-trem. Ele sai da Place du Rhône (margem esquerda do lago) a cada 45 minutos. Se preferir, hátambém o Free walking tour que acontece todos os sábados do ano às 14h.
Conhecer Carouge – Se preferir, você pode fazer o Free walking tour de Carouge. Ele acontece de meados de junho a meados de outubro todos os sábados às 11h da manhã (o ponto de encontro é na frente do Carouge City Hall).
Acompanhar o “desfile” sobre a Escalade
RESTAURANTES
Onde comer em Genebra (opções de 4 CHF a restaurantes estrelados)
Como falei, tive oportunidade de passar alguns dias em Genebra com a Julia, suíça, nascida e criada na cidade. Além dos restaurantes que fomos juntas, ela ainda me listou várias opções que ela, a família e os amigos adoram. Acho que recomendações mais autênticas e assertivas que as abaixo é difícil encontrar 😉
Alta gastronomia ou Restaurantes tendência
ALMA – Um restaurante peruano delicioso, lindo, super “trendy” e até um pouquinho badalado. Ambiente jovem e moderno – mas com um público de todas as idades. Os ceviches são deliciosos (21 – 29 CHF), assim como o guacamole de aperitivo (12 CHF) e o polvo como prato quente (36 CHF). Já deixo aqui a mesma dica que deixei no insta no dia que jantei no Alma: quem converte não se diverte ;-). Pedi uma taça de vinho branco suíço pra acompanhar (7-8 CHF). Há opções vegetarianas (ceviche 21 CHF | prato quente 29 CHF).
O ALMA está localizado na rua Henri Blanvalet – super movimentada a noite, principalmente de quinta a sábado. Nela você encontra vários bares legais (como o Bottle Brothers e o Atelier Cocktail Club) e restaurantes (o Inda Bar – comida indiana – e o Kas Bar – comida Marroquina – também fazem sucesso).
Osteria de la Botega – Um restaurante italiano delicioso (um dos preferidos da Julia), irmão do estrelado La Botega.
Também recomendo o Window, restaurante do Hotel D’Anglaterre. O ambiente é lindo, assim como a vista para o lago. O hotel é 5 estrelas e o restaurante acompanha esse luxo muito bem.
A comida japonesa mais elogiada de Genebra está no restaurante Izumi, localizado no hotel Four Seasons. No verão, as refeições acontecem no rooftop e a vista é linda. Faça reserva pois o local é pequeno (são no máximo 10 mesas se não me engano). O Izumi foi premiado com uma estrela Michellin.
O Chez Philippe Grill também é delicioso e recomendo muito para quem gosta de carne vermelha.
Poke, Japonesa ou Vegana
Genebra conta com várias opções de Poke. Duas boas sugestões são o Esquina (do mesmo dono do ALMA) e o Elua.
Pra quem curte comida vegana, mercadinhos e até uma aula de Yoga, a dica é ALIVE. Ele é um café que também serve pratos quentes. Um charme!
Outra opção excelente de comida japonesa é o Nagomi, um restaurante bem autêntico e muito frequentado por locais. Ele está localizado no Paquis District. Também precisa de reserva (é bem pequenino).
Opções mais econômicas
O Vino olio Café é uma outra opção maravilhosa de culinária italiana e tem preço mais acessível. Os pratos custam em torno de 20 CHF e contemplam porções bem fartas (pode até dar pra dividir).
O Cottage Caffe oferece uma comida mais “homemade” (caseira, típica suíça) e é delicioso. Os preços são ótimos (15 – 25 CHF). Também servem tapas e coquetéis no entardecer durante o verão. No inverno, a casa é super aconchegante.
Quem busca opções realmente econômicas vai amar o Chez Ma, na cidade antiga de Genebra (a parte murada). Eles oferecem 1/2 frango assado + batata e salada (tudo muito farto) por 15,90 CHF. Dá pra dividir!!
Os sanduíches de supermercado (mais industriais ou prontos) custam em torno 4-5 CHF. Se você busca uma melhor qualidade com um preço ainda atraente pode experimentar os sanduíches da rede Edward’s. São muito bons e custam em torno de 8-14 CHF. Você também encontra sanduíches italianos bem gostosos e feitos na hora na Mafalda (12 CHF +-). O lugar é pequenino mas a qualidade é ótima.
Outra ideia é o self service Manor no shopping de mesmo nome. A vista do local é linda e a comida é gostosa e de qualidade. Um prato sai em torno de 10-20 CHF.
O Bains des Paquis é outra opção maravilhosa e muito frequentada por locais. Ele fica na praia de Geneva (no verão, é cobrada entrada 2 CHF) e oferece pratos entre 13-14 CHF. No inverno eles oferecem fondue por 23 CHF por pessoa. Um preço super honesto pra Suíça.
Já em Carouge vale a pena comer no Café du Marché. A sopa de abóbora (9 CHF) deles é divina. O tartiflette, prato típico de Savoie com muito queijo, bacon e batata também faz sucesso (18 CHF).
Gorjeta na Suíça: preciso dar algo além do valor da conta?
Apesar da conta de restaurantes na Suíça não exemplificar 10 ou 12% de taxa de serviço, ela já está inclusa no preço de todo produto vendido. Sendo assim, não é necessário (nem usual) acrescentar uma gorjeta. De qualquer forma, caso você tenha sido muito bem atendido e queira fazer um agrado a seu garçom, ele ficará super feliz :-)!
Carrafe D’eau, Tap Water, Água da Casa: grátis ou não?
Muito comum nos Estados Unidos, em alguns lugares da Europa e agora por lei no Rio de Janeiro é a oferta de água da casa ou água da torneira nos restaurantes. Fica tranquilo: nesses países é super comum beber água da torneira (a famosa Tap Water) – ela é fresca e super limpa. Mas e na Suíça? Como isso funciona?
Bom, por lá nós também podemos tranquilamente beber água da torneira – e para pedí-la nos restaurantes devemos solicitar uma Carrafe D’eau (em francês; podem dizer isso em Genebra, por exemplo) ou Tap Water (em inglês). A água mineral será oferecida caso você solicite uma Boutteill d’au. Mas e o preço?
Teoricamente, a água da torneira vem em uma garrafinha de vidro sem tampa e não é cobrada. É mesmo uma cortesia da casa. Mas…. Caso você não beba nada além disso, alguns restaurantes podem te cobrar simbólicos 2 CHF por ela. Não estranhe se isso acontecer.
E assim, o nosso guia chega ao fim…
Mas e aí? Você já esteve em Genebra? Tem alguma dica pra incluir aqui? Deixe também suas dúvidas ou sugestões nos comentários – vou adorar conversar com você!
Mónica
Oi querida, estou em Genebra iniciando minha viagem e seguindo suas dicas. Aproveito para contar que dei com a cara na porta do Alive, em pleno sábado no horário do almoço. Não sei se fechou ou não abre aos sábados. Nada que maculasse o programa, em dois passos e um barco, estava almoçando no Bains du paquê. Bjooo
Raquel Furtado
MónicaAii Monica, mil perdão. ELe realmente fechou. Vou atualizar aqui. Me desculpe!!!!
Cristianne
Você tem alguma dica de Airbnb em Genebra ?
Vou com minha família em dezembro e janeiro e queria algum custo benefício bom. Estou lendo todas suas dicas do blog… beijos !
Carlos Godoy
Bom dia! Muito esclarecedor o seu post. Só em lê-lo deu um vontade imensa de conhecer Genebra!