
Montanhas Rochosas Parte 3
Nosso relato pelo Parque Nacional de Banff, no Canadá
Para ver o planejamento de nossa viagem pelas Rocky Mountains, leia o post: Montanhas Rochosas no Canadá, O Planejamento.
Para ler a primeira parte dessa viagem, leia o post: A viagem Parte 1 – Jasper National Park
Essa viagem é indicada para casais, famílias, ou grupos de amigos que estejam procurando contato com a natureza. O Período ideal é de junho a setembro. [No inverno (dez/jan) a proposta do passeio passa a ser outra, com grande oportunidade de ski e snowboard e possibilidade de visitar cachoeiras e lagos congelados. – Este relato, entretanto, contempla apenas informações de verão.] É necessário passaporte e visto para brasileiros que queiram visitar o Canadá. Escala de Custos: 3 – Alto.
E chegamos em Banff
E enfim chegamos em Banff!
Continuamos seguindo pela Icefields Parkway até a nossa próxima parada, o Athabasca Glacier, que fica no Columbia Icefield. Faríamos uma visita à geleira.
Chegamos no edifício do Explore the Rockies e compramos o passe para o passeio. Escolhemos o pacote que inclui a Gondôla de Banff também, já que iríamos para essa cidade nos próximos dias. Foi o jeitinho que achamos para dar uma economizada, pois a visita à geleira é cara. Com tudo acertado, pegamos um ônibus para subir a montanha e lá de cima entramos em um outro ônibus, com rodas gigantescas e próprias para funcionarem sobre o gelo.
Chegamos então na geleira. O passeio é bonito e dura cerca de uma hora e meia, permitindo ficar meia hora em cima da geleira. É uma boa oportunidade para conhecer de perto os imensos campos de gelo que observamos da entrada. Para quem já visitou outros glaciares antes, como fizemos na Fox Glacier, na Nova Zelândia, pode ser um pouco decepcionante, pois na Athabasca, ficamos em uma pequena área restrita. Ainda assim, é uma boa oportunidade de ver um rio nascendo em uma geleira e caminhar um pouquinho sobre o gelo. Se você estiver viajando com crianças, esse pode ser um passeio interessante.

Se você optar por fazer o passeio, não se esqueça de levar uma roupa bem quentinha, pois lá em cima faz muito frio!
Terminamos e seguimos de volta na Icefields Parkway rumo a Banff. Já eram quase 18:00 horas.
Chegamos já no fim do dia no hotel que escolhemos para passar a noite, o Num-Ti-Jah Lodge. Ele está localizado nas margens do Bow Lake, rodeado por nada além de natureza. É bem fácil encontrá-lo na estrada: apesar de não estar exatamente na Icefields Parkway, há uma entrada indicando que você chegou a ele.
Dica: Até quem não vai se hospedar nele, deve entrar nessa ruazinha para visitar o lago, é ali que está localizada uma boa prainha para um mergulho.

Assim que chegamos, fizemos a reserva para jantarmos no restaurante do hotel. Ele é aberto ao público e vale muito a pena! O local é lindo, com o acabamento em madeira, e uma lareira no centro. Muito aconchegante. Veja a avaliação do hotel no Trip Advisor.
Nosso quarto também era muito bom! Todo de madeira, com um banheiro pequeno (o que não atrapalhou em nada) uma boa cama e uma janelinha para o lago. Nos arrumamos e descemos para comer. A comida estava maravilhosa. Não deixem de passar aí para jantar!
Acordamos no dia seguinte e seguimos uma trilha contornando o lago, saindo para a direita do hotel. Ela nos levaria a uma enorme cachoeira, a Bow Glacier Falls (cachoeira que dá origem ao Bow lake e pode ser vista ao chegar no hotel). 5km de caminhada depois, chegamos à sua base. O trajeto é bem tranquilo e intuitivo e o caminho é perfeito para se admirar a grandiosidade que está a seu redor. Na trilha, bem no meio de uma escadinha que fizeram por ali, há um pequeno caminho para a esquerda. Entre aí para admirar a paisagem. Há uma pedra para aqueles que quiserem subir e tirar fotos como essa aqui. 😉 Não deixe de conferir o visual dos dois lados, é de tirar o fôlego.

A cachoeira não possui um poço para mergulho e a água cai em um local bem escorregadio. Guardamos nossa vontade de nos molhar para a volta, quando chegamos na prainha do Bow Lake e nos refrescamos. A água é cristalina, de uma tonalidade azul impressionante! O lago tem 3.21 km² de área.
Fizemos o checkout e ficamos mais um bom tempo por ali. Se tivéssemos mais dias, com certeza estenderíamos nossa estadia no Lodge. Existem diversas trilhas por ali, além de não ser nada ruim passar um dia inteiro fazendo pic-nic e aproveitando o Bow Lake!
Já na hora de partir, pegamos o carro e seguimos viagem. Voltamos um pouco na Icefields Parkway, sentido Jasper, para visitarmos o Peyto Lake. Aquele famoso lago de água azul turquesa que parece pintura. Paramos o carro no estacionamento do local e, 600 metros depois, estávamos no mirante para observá-lo. O lago é visto de cima, o que te garante um campo de visão bem amplo, desde o córrego que o deu origem. Não é possível se banhar por ali, mas a parada é obrigatória. Este é, sem dúvidas, um dos lagos mais bonitos do Canadá – e o Parque Nacional de Banff continua mostrando porque é tão famoso!

O lago tem 5.3 km² de área.
Voltamos novamente para a Icefield Parkway, seguindo rumo a Banff/Lake Louise. Paramos no Bow Lake (de novo!!), para um almoço com nosso lanchinho e mais uma apreciada no visual – que com certeza nos deixaria saudades.
Dirigimos por mais aproximadamente 40km (veja mapa abaixo) e avistamos o estacionamento para o Lake Louise, bem próximo a Banff – O lago marca o fim da Icefield Parkway.

Era um sábado e o local estava lotado! Carros e mais carros que não cabiam no estacionamento estavam ali, parados na rodovia. Não estávamos mais acostumados com aquele enorme volume de turistas. Apesar do Parque Nacional de Jasper ser maior que o de Banff, é este segundo o mais conhecido e mais visitado. Provavelmente por causa dos lagos Louise e Moraine, que têm um tom de azul muito impressionante.
Com aquela aglomeração toda, o local acabou perdendo um pouquinho do encanto, e nós resolvemos não ficar por lá. Retornaríamos na segunda-feira. Voltamos ao carro, passamos rapidamente no Moraine Lake para garantir o que supúnhamos (também lotado) e fomos então à vila do Lake Louise, para conhecer um pouquinho da região e passar rapidamente nas lojinhas de souvenirs. Queríamos passar no Centro de Informações Turísticas mas este já estava fechado. Já devia ser por volta de 6, 7 horas da noite.
Depois, seguimos para Banff.

Existem duas estradas que ligam Lake Louise a Banff, a mais atual, Highway 1 ou Transcanada e a antiga, Highway 1A ou Bow Valley Parkway.
Esta última é mais bonita – por ser estreita e bem em meio à floresta – e ideal para quem deseja se encontrar com algum animal selvagem no caminho. É muito comum vê-los atravessando por ela, o que exige dos motoristas cautela na direção e obediência aos baixos limites de velocidade (que às vezes chega a até 30km/h). Já a HW1 é bem ampla, possui as margens das florestas protegidas por cercas, e pontes para os animais atravessarem. Consequentemente o limite de velocidade é mais alto, pois não traz riscos aos motoristas nem ao bichinhos. Ela também é muito bonita, mas escolhemos a HW1A para contar com a sorte – sorte que infelizmente não veio e nós não vimos animal nenhum, a não ser esquilos e mais esquilos, que estão por toda parte! 🙂 Veja no mapa ao lado as duas opções de trajeto.
Banff é uma cidade muito pitoresca e charmosa, com apenas 3.93km quadrados de área. As fronteiras são delimitadas por lei federal, o que impede que a cidade cresça. A população é de aproximadamente 8.000 pessoas, como diz o site oficial da cidade. Clique na imagem abaixo para ver o mapa de Banff.

Nos hospedamos no Albergue HI Banff Alpine Center que é um pouco longe do centrinho da cidade – não muito prático para quem não estiver de carro – mas com um preço muito camarada! Adoramos! Tínhamos até panqueca grátis para o café da manhã. 🙂 Há também um Pub, com eventos todas as noites. O local tem estacionamento grátis.
Como chegamos bem tarde, saímos do albergue já na hora do jantar. O escolhido da noite foi o Grizzly House, um restaurante muito famoso pelas diferentes opções de fondue. Veja a avaliação no TripAdvisor. O fondue pode ser servido na chapa ou na pedra quente, escolhemos a segunda para sairmos menos “defumados” do local – e para não comer óleo demais! A dica é se sentar na rua mesmo, e não lá dentro. É muita fumaça por causa do fondue, e muito barulho!

Como era sábado, as lojas ficaram abertas até mais tarde. Passeamos um pouquinho pela Banff Avenue, a avenida principal de lá, e voltamos para o albergue.
No dia seguinte, pegamos o carro e seguimos pela BowValley Parkway, por 25km, até o Johnston Canyon (sentido Lake Louise). Um lugar com 2 cachoeiras maravilhosas, além de várias pequenas e lindas no trajeto entre as duas.
O estilo é bem semelhante ao Maligne Canyon. Porém, achamos este mais bonito. A trilha do Canyon tem ao todo, 11.5km considerando ida e volta. Ela termina em um vale após subirmos até o topo da montanha. Ali encontramos os Ink Pots (que dão nome ao fim da trilha), são laguinhos formados por água originada de baixo da terra. Se quiser fazer o trajeto todo, reserve de 3 a 5 horas do seu dia.
A trilha começa logo depois dos banheiros, aonde encontramos, após atravessarmos a ponte, uma lojinha de souvenirs, um restaurante e uma sorveteria. Vire à direita e comece sua caminhada pelas pontes que existem por ali. A primeira parada é na Lower Falls, distante apenas 1.1km do início do trajeto.

A Lower Falls tem 10 metros de altura. Em frente a ela há uma ponte (de onde tiramos a foto) que nos leva a um túnel criado pela própria força da água. Dá pra passar por ele se abaixando e chegar ainda mais perto da cachoeira.
A trilha continua por mais 2.7 km, quando chegamos na Upper Falls, uma outra cachoeira com mais de 30 metros de altura. Ali também há uma ponte para observação. O que achamos muito interessante nesse momento foi a educação dos turistas. Acredita que fizeram fila na ponte para que todos pudessem chegar na ponta direita (o melhor local para observação) e tirar sua foto? Muito bacana ver isso!
Durante o trajeto até essa cachoeira, encontramos diversas outras também. São menores que essas duas, mas ainda assim muito bonitas. A trilha toda é muito bonita e nem um pouco cansativa. Mas isso muda quando seguimos para os Ink Pots.
Daí até o destino final são mais 3.5 km, mas praticamente todo de subidas. Apenas uma pequena porcentagem de pessoas continua nesse passeio, o que deixa a chegada ao destino final ainda mais gostosa, o local é livre da aglomeração de turistas. A trilha vai floresta adentro mas não há erro. Há apenas uma interseção aonde deve-se virar à direita, mas tudo muito bem sinalizado. Os primeiros 3 km são realmente dentro da floresta, e de muita subida. Mas de repente a trilha se abre no Johnston Valley com uma visão impressionante das montanhas ao redor. Mais um pouquinho e você chega nos Ink Pots, que são 6 pequenas “piscinas” preenchidas com Spring Water (água que nasce do solo). É muito interessante ver as bolhas saindo da areia do fundo de cada Ink Pot. O que achamos mais impressionante, entretanto, foi a paisagem do local. O vale é maravilhoso, parece de mentira. Os Ink Pots são sim muito bonitos, mas é o vale que faz a caminhada valer a pena. Não é possível mergulhar nas “piscinas”, mas aproveitamos para nos refrescar no córrego que desce por ali. Mais uma vez a água estava congelante! Mas o namorado não resiste a um “mergulho”.
Veja ao lado um pequeno mapinha indicando a trilha para o local e o relevo do terreno.
Os Johnston Canyons também podem ser acessados por uma saída mais a frente, na Bow Valey Parkway como podem ver na imagem (cliquem para ampliá-la), mas indicamos que comecem pela entrada comum, do Johnston Creek. O trajeto será mais agradável.
Esse passeio também pode ser feito no inverno.















Veja aqui as condições atualizadas das trilhas do Banff National Park (em inglês). Voltamos para a trilha e seguimos até o estacionamento.
Dirigimos de volta para a cidade e decidimos fazer o passeio da Gôndola de Banff, para admirar a paisagem lá de cima. Ficamos um bom tempinho por lá, o visual é muito bonito. É possível caminhar pelas pontes construídas por ali e observar os dois lados do local, rodeados por montanhas. Lá em cima há um restaurante. Peça um chocolate quente por ali e aprecie a vista.

Para chegar na Gôndola, pegue a Banff Avenue e atravesse a ponte sobre o Bow River. Depois é só seguir as placas!
Voltamos para a cidade e saímos tarde demais para jantar. Todos os restaurantes que queríamos já estavam fechados pois era domingo. Acabamos entrando em um pub que ainda estava aberto, o Rose & Crown, e para a nossa surpresa havia uma banda tocando. A música estava muito, muito boa e o pessoal muito animado. Comemos por lá e curtimos a festa. Indicamos o local! Veja a avaliação do Pub no TripAdvisor.
No dia seguinte, fomos bem cedo ao Lake Louise, esperando fugir dos turistas. Realmente estava mais vazio, mas ainda bem cheio se comparado aos lagos do Parque Nacional de Jasper. Fizemos o trajeto pela Transcanada dessa vez.
O lago é maravilhoso e merece toda a fama que possui. Nós seguimos caminhando pela direita, seguindo sua margem. A cada minuto tínhamos uma visão diferente do lago e precisávamos parar para uma foto. Muito bonito.
É possível fazer uma trilha de 7km (ida e volta) até a Lake Agnes Tea House. Essa é a trilha mais famosa de lá. Os mapas estão disponíveis no Centro de Visitantes de Banff ou do Lake Louise. Sigam a trilha pela direita, após o hotel Chateau Lake Louise e caminhem até verem a placa “Lake Agnes 3.6km”. A trilha principal o levará a uma outra Tea House, a Plain of Six Glaciers. Mas não é lá que você quer chegar! Pegue a trilha que o leva para cima da montanha, em direção à floresta. Rapidamente você verá uma trilha para cavalos e saberá que está no local certo. A trilha detalhada está disponível, em inglês, no site oficial da Lake Agnes Tea House.
[Disponibilizamos aqui um mapa da região do Lake Louise. Ele mostra o acesso ao Lake Agnes e ao Lake Moraine (de carro).]
Dizem que a vista lá de cima é linda. Nós infelizmente não fizemos a caminhada completa. O tempo estava muito frio e chuvoso, o que atrapalhou um pouco o nosso pique. Ficamos com medo de pegar chuva forte no meio do trajeto e não conseguirmos voltar rápido. Ah, é possível fazer este passeio a cavalo também.

A cor do Lake Louise é realmente diferente de tudo que já vimos. Ficamos ali admirando por um tempão.
Quem quiser ter o privilégio de acordar de frente para essa maravilha aí da foto, pode se hospedar no The Fairmont Chateau Lake Louise. Nós não tivemos a oportunidade de conhecê-lo, mas de acordo com as avaliações no TripAdvisor, ele é muito bom.
No Lake Louise também é possível alugar caiaques e canoas, como nos outros lagos que passamos no Jasper National Park. Quem se interessar, o site é esse aqui.






Depois pegamos o carro e fomos conferir o Moraine Lake. A menos de 20 minutos de distância.
O Moraine Lake também é maravilhoso. A água tem um tom de azul impressionante. Acho que gostamos até um pouquinho mais desse lago que do Lake Louise. Mas é quase empate! 🙂 Subimos à esquerda, até o mirante e achamos a vista ainda mais linda. Vale muito a pena. O lago é pequeno, tem apenas 0,5 km² de área.
Quem quiser se hospedar nas margens do lago, pode ficar no Moraine Lake Lodge.

Também é possível alugar canoas e caiaques por ali.

