Vamos Pra Onde?

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Bom Jardim, Nobres, MT

Mais um paraíso brasileiro para se incluir na listinha!

Aquário Encantando, Bom Jardim

Quando pensamos em flutuação, rios cristalinos, cachoeiras e diversas outras opções de ecoturismo reunidas em um único lugar do Brasil, nossa mente nos leva imediatamente para Bonito (MS). Mas, escondida ali, no estado vizinho, está a pequena cidade de Nobres (MT), ganhando agora um certo conhecimento e começando, merecidamente, a aparecer nos roteiros daqueles que buscam grande contato com a natureza.

mapa-do-brasil-por-estadosO próprio local faz uma brincadeira com a “rival” sul-matogrossente, e conta com o slogan “Aqui é mais que Bonito, é lindo”, aproveitando a similaridade das atrações. Porém, se Bonito já tem sua estrutura turística consolidada, Nobres ainda está engatinhando.

(Importante dizer que rivalidade realmente não há, o slogan foi uma forma criativa de atrair as pessoas para o local, uma vez que Bonito já carrega grande fama por sua beleza. Vale a pena conhecer ambas as regiões.)

Apesar de Nobres levar toda a fama das belezas naturais, o destino real é Bom Jardim: um pequeno distrito que é literalmente uma vila na beira da estrada. É aí onde estão localizados os atrativos (mais precisamente em um raio de cerca de 15km) e, por esse motivo, este se torna o melhor local para a hospedagem.

A vila está a 65km da cidade e possui uma população de 500 habitantes. Ela conta com apenas 10 pousadas e pouquíssimas opções de restaurantes mas, considerando que este é um destino para não mais que 3, 4 dias, não há necessidade de fazer um grande deslocamento diário desde Nobres para se ter um pouquinho mais de estrutura. Inclusive, a simplicidade do local, na nossa opinião, até deu um certo charme adicional à viagem 😉

Essa viagem é indicada para casais, famílias (mesmo com crianças), ou grupos de amigos que estejam procurando ecoturismo e contato com a natureza. A melhor época para ir a Bom jardim é de abril a setembro, para fugir do período de chuvas. A “cidade” é extremamente pequena e a infra-estrutura é pouca, mas os atrativos são lindos. Leve repelente! É necessário alugar um carroEscala de Custos: 1 – Baixo.

Bom Jardim

Vila Bom Jardim

Essa foto representa bem a vila de Bom Jardim 🙂 Por ali, muita estrada de terra e pouca estrutura, mas algumas construções recentes começando a trazer charme ao local. É uma cidadezinha simples, mas que está se estruturando e crescendo aos poucos para se preparar para o turismo que chega devagarinho à região.

Em Bom Jardim o celular praticamente não pega. Nós conseguimos sinal da Vivo apenas na entrada da nossa pousada, com um pouquinho de 3g.

Há um supermercado na vila, chamado Bonzão e um posto de Gasolina. Não há como sacar dinheiro por ali e poucos lugares aceitam cartão de crédito.

Como Chegar

O aeroporto mais próximo está localizado em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Bom Jardim está a 150km dali.

Rota aproximada: Cuiabá – Bom Jardim
(Imagem surrupiada carinhosamente do site viajenaviagem.com)

Para os que alugam carro na cidade e seguem viagem a Bom Jardim, segue uma observação importante: não siga as placas para Nobres – isso aumentará o seu trajeto em 40km e te fará percorrer os 65km entre um destino e outro, em estrada de terra (dizem que o asfaltamento ocorrerá para a Copa mas, mesmo assim, ainda não fará sentido dirigir por esses quilômetros a mais).

Obs: O googlemaps ainda não possui o mapa atualizado e te apresentará a rota passando por Nobres.

Nós pousamos em Cuiabá e alugamos um carro no próprio aeroporto pela Thrifty (fizemos a reserva online com antecedência). A agência é, na verdade, ao lado do aeroporto – um funcionário te aguarda com uma plaquinha com seu nome e o leva até o local para a retirada do veículo. Na devolução, também se responsabilizam pelo seu transporte até o aeroporto.

O caminho para se chegar a Bom Jardim é inicialmente o mesmo para a Chapada dos Guimarães, alterando a rota apenas no trevo para Lago Manso (onde há um posto policial), quando deve-se pegar a esquerda. Depois, basta seguir as placas. O trajeto dura cerca de 2 horas.

Ao se aproximar de Bom Jardim, você verá a placa abaixo. Ela indica realmente o início da “cidade”, que é ali, bem no meio da estrada.

BomJardimQuando ir

Em geral, o Mato Grosso tem duas épocas bem definidas: a cheia (de novembro a março) e a seca (de abril a outubro). Nós consideramos a época de seca melhor, e indicamos que planejem a viagem de Maio a Setembro – nos disseram por lá que o melhor mês é junho.

Esse período que escolhemos – carnaval – não é o mais indicado devido à grande probabilidade de chuvas. Além delas dificultarem os trajetos (que são 99% das vezes de terra e cheios de buracos e lamas) podem deixar a água dos rios e/ou cachoeiras um pouco turva e ainda atrapalhar alguns passeios devido ao desconforto de mergulhar em baixo de um temporal. Entretanto, há quem prefira a época da cheia para ver as cachoeiras com mais força e os rios mais cheios.

Mas, mais importante que isso, é o aumento do nível da água: uma semana antes de chegarmos na cidade o rio havia subido tanto que a água alcançou a metade das paredes de algumas casas da vila, alagando diversos trechos das estradinhas por ali. Então, pesquisem bem sobre as chuvas antes da viagem a Bom Jardim para evitar problemas.

Onde ficar

foto 1

Nos hospedamos no Hotel Bom Garden (imagem acima), considerado o melhor da região. Ele é simples mas muito confortável, e o quarto conta com ar condicionado, frigobar e até uma televisãozinha. A diária (R$220/casal) inclui um ótimo café da manhã; mas não há restaurante para almoço ou jantar. O hotel é também uma agência de turismo e vende vários pacotes de passeios, além de fornecer guia.

Ao fazermos a reserva, tivemos um pouco de dúvida pois o hotel conta com um espaço “pousada” (chamado Pousada Bom Jardim) e um espaço “hotel”. Os dois acabam sendo a mesma coisa – a entrada é a mesma, o local é o mesmo e o café da manhã também – mas os quartos do “hotel” foram construídos recentemente e por isso são mais novinhos. O valor do quarto de casal na pousada é R$180,00/dia.

A hospedagem foi uma surpresa muito positiva, pois havíamos lido que em Bom Jardim não havia conforto algum. Não é verdade: há conforto sim, mas simples, com aquele jeitinho de sítio ou casa do interior. Adoramos! E ainda tínhamos, todo dia, a companhia dessa linda arara da foto, que vive ali na pousada.

Arara na Pousada Bom Jardim

A vila também conta com a Pousada Buriti, que nos pareceu outra boa opção. É novinha e a diária é R$100,00/casal. Uma opção um pouco mais cara é a Rota das Águas (R$250,00/casal).

Há ainda pousadas no Recanto Ecológico Lagoa Azul e no Reino Encantado (foto abaixo). A diária no Reino é R$240/casal. Elas são um pouquinho afastadas do “centro” de Bom Jardim (cerca de 15km), mas estão no mesmo local (e levam o mesmo nome) de duas atrações de flutuação que falaremos adiante. Ambas contam com “restaurante” próprio. Não encontramos o telefone para contato, mas a agência Anaconda (tel (65) 9969-0259) pode intermediar a reserva.

Reino Encantado Pousada

Dica importante: Antes de falarmos das atrações em Bom Jardim vale a pena comentar sobre Guias, Agências e Vouchers:

Na cidade, a maioria das pousadas é também agência de turismo, e se encarrega de te fornecer um guia e fazer a venda dos passeios. Nos casos em que o guia da agência não é necessário ela vende apenas a atração, a partir de um Voucher. Como assim? A agência deixa contigo um “papelzinho” garantindo o pagamento do passeio escolhido. Esse papel (voucher) é, então, entregue por você para um responsável ao chegar na atração. Dessa forma, paga-se unicamente para a agência – e, claro, sai mais caro que se pagasse no local sem intermédio de terceiros.

Fizemos os passeios do primeiro dia, por desconhecimento da possibilidade de se visitar as atrações sem o envolvimento da agência, com vouchers. Já no segundo dia, economizamos cerca de R$20,00/pessoa tratando diretamente no local. $$ 🙂

Passeios – Nosso relato e roteiro!

Segue um mapa aproximado da localização das atrações que visitamos em Bom Jardim (é aproximado mesmo, ok? não encontramos um mapa de fácil entendimento então montamos esse para ajudar!) O ponto principal está indicando nossa hospedagem.

Passamos 3 noites e dois dias inteiros na cidade. No dia de chegada e saída não fizemos nenhum passeio. Os dois dias foram suficientes para conhecermos as principais atrações da região – o que é ótimo para os cuiabanos que queiram aproveitam um final de semana no local – mas acreditamos que o ideal seja 3, ou até mesmo 4 dias por lá.

mapa-atracoes

Chegamos em Bom Jardim já no fim do dia e fomos direto para o nosso hotel. Arrumamos as malas no quarto e saímos para jantar. Era um dia parado, quinta-feira antes do carnaval, e havia apenas um restaurante aberto: a Pizzaria Buriti. Pra nossa sorte, o restaurante – que não serve apenas pizza, mas sanduíches, peixe, galinhada e diversas outras opções – era bem gostosinho e nos recebeu muito bem no nosso primeiro dia no Mato Grosso.

Acordamos bem cedo no dia seguinte enquanto caía uma chuvinha chata lá fora =( Essa época é complicada e tem que contar muito com a sorte pra conseguir dias de sol. Mas, como ela estava do nosso lado, a chuva não durou mais que uma horinha e seguimos para a primeira atração do destino com o céu azul e poucas nuvens: a Cachoeira Serra Azul, a principal da região.

O caminho até lá é muito bonito. Passa-se por muita natureza, longe de qualquer construção, barulho ou poluição. Tudo que víamos era enormes plantações de soja, lindas árvores e muitas aves. Pássaros muito comuns por ali são o Anu Branco e o Anu Preto. Lindos.

Vale a recomendação para dirigir com certa cautela na região: são muitos os bichinhos que cruzam a estrada bem na frente do carro.

  • Cachoeira Serra Azul

Cachoeira Serra Azul

A cachoeira fica dentro de uma propriedade do SESC, que cobra R$50,00/pessoa para a visita.

Dirigimos 24km a partir de Bom Jardim – por uma estrada de terra não muito bem conservada – e, após passarmos pela porteira de entrada da propriedade,  chegamos ao centro de visitantes. Ali pegamos colete salva-vidas, máscara e snorkel e assinamos um seguro de vida. De lá, retornamos ao carro e seguimos para a cachoeira. Após estacionarmos, precisamos fazer uma trilha curta, mas um pouquinho puxada por contar com 400 degraus. Mas a chegada compensa. A cachoeira é linda, bem abrigada, no meio da mata, com aquele jeitinho de natureza inexplorada. Isso sem contar o tom de azul impressionante.

Nós somos apaixonados por cachoeiras e ficamos encantados com sua beleza!

Por ser época de cheia, infelizmente não foi possível entrar embaixo da queda d’água – que estava muito forte – mas, na época da seca, quando o nível do rio abaixa, ela se torna muito convidativa! Pelo motivo da cheia, também, a água estava meio turva e infelizmente não conseguimos ver os peixinhos que moram por lá.

O uso de coletes é obrigado pelo SESC, para a segurança de todos. O passeio dura aproximadamente 1 hora e meia.

Obs: Esse esquema de hora marcada e agência não nos agrada muito 🙁 pois não nos dá tempo para relaxar, admirar o local e curtir a paisagem com calma. Quem for assim, como a gente, deve conversar com o guia e não marcar nenhum passeio imediatamente após a cachoeira, principalmente aqueles que têm hora pré-determinada (como algum almoço, por exemplo). Tente, também, garantir um guia exclusivamente para o seu grupo, assim você poderá curtir o passeio no seu ritmo.

De lá, seguimos para o maior atrativo da região: a flutuação em rios cristalinos. São vários os rios e locais disponíveis para a prática, mas escolhemos o Rio Triste (por ser relativamente próximo à cachoeira) como o destino inicial.

  • Rio Triste

Rio Triste

O Rio Triste fica a 17km de Bom Jardim (na mesma direção da Cachoeira Serra Azul) e está localizado na Fazenda Água Branca na cidade de Rosário Doeste. O acesso é feito por estrada de terra, que, nessa época de chuva, fica bem judiada! O passeio custa em torno de R$65,00 por pessoa (não inclui transporte). Para fazer a flutuação de cerca de 1km, é necessário contratar um guia.

O local fornece colete salva-vidas, máscara com snorkel e sandálias apropriadas e dita a regra: para manter a água cristalina e sem resíduos, é proibido pisar no fundo do rio e usar protetor solar ou repelente. O Rio Triste tem um tom azulado e uma água extremamente transparente devido ao fundo de calcário: o visual é incrível.

Durante o trajeto, pudemos observar piraputangas, dourados e piaus. Eventualmente, pode-se ver arraias por ali também, mas não tivemos essa sorte.

O passeio dura em média 1 hora e meia.

Após completarmos a flutuação e avistarmos macaquinhos pulando de um lado para o outro do rio, seguimos para o almoço, no Balneário Estivado.

O Balneário Estivado está localizado bem próximo ao hotel, e serve uma comida caseira deliciosa! A refeição custa em torno de R$20,00 e é necessário “reservar” com antecedência: passe no local no início de dia e combine seu horário de almoço.

Chegamos lá por volta das 15:00hs e comemos muuuuito! É possível mergulhar e nadar com peixinhos no Balneário também, mas, de barriga cheia, resolvemos ficar só observando.

O local funciona das 09:00 as 17:00 horas.

De lá, passamos rapidamente no hotel e resolvemos finalizar o dia vendo o pôr-do-sol na Lagoa das Araras.

  • Lagoa das Araras

araras

A Lagoa das Araras está a apenas 1km do “centro” de Bom Jardim. Entra-se no local passando por uma loja de construção – onde paga-se a taxa de R$10,00 para a visita. Pode-se ir com o carro a até 200m de distância da lagoa, depois, segue-se caminhando por uma trilha.

Obs: Contratando por uma agência e utilizando o voucher, o valor chega a R$15,00.

Existem duas plataformas para a observação das aves. A da esquerda nos garantiu uma linda vista da lagoa, como essa foto acima; mas foi na da direita que conseguimos ver mais araras!

Não se esqueça que a Lagoa das Araras é um lugar de paciência e contemplação. Não espere ver um milhão de araras 😉 mas algumas, sobrevoando a lagoa, indo ou voltando de seus ninhos. Por ali também estão várias maritacas que contribuíram para a sinfonia do nosso fim de tarde. Nós gostamos muito, apesar de não ser aquele passeio top e indispensável da região.

Lagoa das Araras

Pode ser uma boa dica levar um binóculo para apreciar as aves – mas não deixe a máquina fotográfica de lado!

À noite, jantamos novamente no restaurante Buriti. 

O céu estava lindo e repleto de estrelas; resolvemos então dirigir por alguns quilômetros para nos afastarmos das luzes da cidade e podermos observá-las. Fechamos o dia com chave de outro!

O dia seguinte amanheceu chuvoso novamente mas, dessa vez, sem muito sinal de que melhoraria logo. Resolvemos ir para os passeios debaixo de chuva mesmo e seguimos – sem guia – rumo ao Recanto Ecológico Lagoa Azul, para mais uma flutuação.

  • Recanto Ecológico Lagoa Azul e Aquário Encantado

Aquário Encantado