
Cachoeiras de águas esverdeadas, cavernas extensas, uma lagoa de água incrivelmente azul, mirantes de tirar o fôlego e uma gastronomia surpreendentemente maravilhosa. É isso – e muito mais – que a Chapada dos Guimarães reserva pra você.
Chapada dos Guimarães e suas surpresas
No carnaval de 2014 resolvemos ir ao Mato Grosso em busca de ecoturismo e amplo contato com a natureza. É nesse estado em que estão localizadas a Chapada dos Guimarães e Nobres/Bom Jardim – essa última, uma cidade não muito divulgada cujo slogan diz: Aqui é mais que Bonito, é lindo! (cutucando a vizinha sul-matogrossense). Os dois destinos muito nos impressionaram e são ótimas opções para quem busca cachoeiras, caminhadas, flutuações e passeios diferentes como visitas a cavernas e grutas. O interessante é conseguir combinar os dois em uma mesma viagem, como fizemos.
Veja nosso relato sobre Nobres/Bom Jardim aqui.
Na matéria que segue, contamos nossa experiência na Chapada dos Guimarães.
Essa viagem é indicada para casais, famílias (mesmo com crianças), ou grupos de amigos que estejam procurando ecoturismo e alto contato com a natureza. A melhor época para ir à Chapada é de maio a setembro, para fugir do período de chuvas. A cidade é pequena e simples, mas há boa infra-estrutura de hotel e gastronomia. É necessário alugar um carro. Escala de Custos: 1 a 3 – É possível fazer uma viagem extremamente econômica ou com maior conforto e um certo luxo.
A Chapada dos Guimarães e o Parque Nacional
Chapada dos Guimarães é uma cidadezinha bem simples localizada no MT, a leste de Cuiabá. Ela é repleta de lojinhas de artesanato e lanchonetes em torno da praça principal (Dom Wunibaldo). Por ali estão, também, algumas opções de hospedagens bem em conta. Mas, para a nossa surpresa, encontramos lugares extremamente aconchegantes, charmosos e até requintados, como o hotel Atmã (não chegamos a nos hospedar lá) e os restaurantes-mirantes Bistrô da Mata e Morro dos Ventos (sobre os quais falaremos mais adiante).
A cidade está localizada a uma altitude de 811 metros, o que garante alguns dias bem frios no inverno – quando as temperaturas podem cair a até -2C. Mesmo no verão, as noites também são bem agradáveis e fresquinhas.
São vários os atrativos turísticos que encontramos por lá. O principal deles é o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, com cachoeiras, cavernas, lagoas e trilhas em meio a uma natureza típica de cerrado – a vegetação predominante na cidade. O Parque é uma unidade de conservação brasileira e conta com uma área total de 33 mil hectares. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e fica aberto diariamente das 9:00h às 16:00h. Atualmente a entrada é franca.
Os atrativos localizados dentro do Parque, com exceção do Mirante Véu da Noiva*, podem ser visitados apenas após agendamento com guias ou condutores autorizados. O site do ICMBio lista uma relação de guias disponíveis, incluindo seu contato e os idiomas que falam.
- Lista 1 – Guias e Condutores autorizados
- Lista 2 – Guias e Condutores autorizados
- Lista 3 – Guias e Condutores autorizados
* O Mirante do Véu de Noiva é acessível por meio de uma trilha de 550 metros e as visitas são auto-guiadas. Véu da Noiva é uma cachoeira cujo acesso a seu poço foi proibido após um acidente. Hoje ela pode ser vista apenas através de um mirante.
Como Chegar
A Chapada dos Guimarães está localizada no estado do Mato Grosso, a aproximadamente 70km de sua capital, Cuiabá – onde está o aeroporto mais próximo.
Nós pousamos na capital e alugamos um carro no próprio aeroporto pela Thrifty (fizemos a reserva online com antecedência). A agência é, na verdade, ao lado do aeroporto – um funcionário te aguarda com uma plaquinha com seu nome e o leva até o local para a retirada do veículo. Na devolução, também se responsabilizam pelo seu transporte até o aeroporto.
Para quem vai à cidade à partir de Nobres/Bom Jardim, deve-se dirigir sentido Bom Jardim-Cuiabá até o trevo policial e lá pegar a esquerda, sentido Chapada dos Guimarães. (À direita seria o caminho para Cuiabá).
De Bom Jardim à Chapada são aproximadamente 160km.
Onde se hospedar na Chapada dos Guimarães
A Chapada conta com opções de hospedagem para todos os bolsos, desde áreas de camping ao charmoso Atmã Resort. Esse site da Chapada conta com algumas opções organizadas desde a Categoria Light $ à Plus $$$$. Mostramos abaixo três opções que nos parecem interessantes – mas não chegamos a visitar suas acomodações, ok?
- Categoria Confort $$$$
- Categoria Plus $$$
- Categoria Standard $$
Nós nos hospedamos na casa de nossa guia, Manoela Laurindo, quem conhecemos através do site Mochileiros.com. Ela disponibiliza quartos em sua casa no valor de R$30,00 por pessoa, o que nos garantiu uma ótima economia na viagem. Agora, ela está abrindo seu próprio albergue. Seu contato é (65) 8155.3338.
Quando ir
As temperaturas médias anuais na Chapada dos Guimarães variam de 25º C a 21,5º C (nos topos elevados da cidade). As máximas diárias podem superar os 38º C e as mínimas caem a menos de 5º C. A precipitação média anual permanece entre 1300 e 1600 mm de chuvas, podendo chegar a 2100 mm anuais nas porções mais altas da Chapada. Devido às chuvas, é comum ver arco íris por lá – tivemos a sorte de ver 3 em 5 dias 😉
De novembro a março temos a chamada época de cheia, quando ocorre chuvas diárias. Fomos nessa época – mais precisamente no carnaval – e, apesar da chuva não ter sido um impedimento para visitar nenhum atrativo, o volume de água havia aumentado bastante e, com isso, algumas cachoeiras do passeio perderam parte de sua beleza, ficando turvas e barrentas. Elas contam, normalmente, com poços cristalinos e esverdeados – o que pode ser conferido facilmente na época da seca (meses de maio a setembro). Todas as cachoeiras que visitamos no Parque haviam sido “impactadas” pela chuva, algumas delas, inclusive, estavam com a água bem escura. Nada que nos impedisse de mergulhar e aproveitar bastante, mas fica a dica para quem quiser ver a Chapada no ápice da sua beleza!
Nos disseram que setembro seria o mês ideal para a visita à região. Vale lembrar, entretanto, que nessa época as cachoeiras estão com menos força, e o volume de água está bem reduzido. Porém, não há período melhor para admirar os vários mirantes dali e apreciar um lindo pôr-do-sol.
Passeios – Nosso relato e roteiro pela Chapada dos Guimarães!
- Circuito das Cachoeiras (ou Caminho das Águas)
O Circuito das Cachoeiras é o passeio mais tradicional da Chapada dos Guimarães, talvez pelo grande número de atrativos que podem ser visitados ou pelo fato de ocorrer dentro do Parque Nacional da Chapada.
O trajeto, que tem cerca de 6km (ida-e-volta), inclui sete cachoeiras e a visita à “casa de pedra” – uma pequena caverna de arenito cujo formato se assemelha a uma construção com teto e paredes. Das cachoeiras, consideramos apenas 4 realmente boas para banho: Cachoeira do Sonrisal, Prainha, Cachoeira do Pulo e Cachoeira das Andorinhas.
- Trilha
- Cachoeira do Pulo
- Cachoeira do Pulo
- Cachoeira do Degrau
- Prainha
- Cachoeira das Andorinhas
Obs: Vimos algumas fotos da lagoa em que a água não estava tão azulada como pudemos ver pessoalmente. A tonalidade depende bastante da luminosidade do dia, então deixem para fazer este passeio quando o céu estiver aberto!
A aproximadamente 800 mts da Gruta da Lagoa Azul, chegamos na caverna Kiogo Brado – que significa “ninhal de aves”. Sua entrada mede em torno de 30 mts de altura e a extensão total é de 273 mts. Uma peculiaridade desta caverna é que a luz passa de uma ponta a outra, deixando-a levemente iluminada.
O atrativo está localizado a 46 km da Chapada, no sentido Campo Verde, na fazenda Água Fria. Pagamos cerca de R$30 de entrada, por ser propriedade particular, mais R$35 para o guia.
O passeio normalmente dura o dia todo. Exige uma trilha leve cujo trajeto é quase todo no plano. Demoramos cerca de 1h30m até chegarmos na caverna, que foi o primeiro atrativo. Os outros não estão muito distantes dali.
O caminho é bem bonito e nos permitiu passar por uma ponte de pedras e ver a famosa pedra das três pontas (como ela está realmente equilibrada?)
Para voltar, optamos pelo modo “preguiça” 🙂 e pegamos carona (R$10,00 por pessoa) no trator da propriedade. Existe a opção de ir e voltar de trator, economizando a maior parte da caminhada, mas achamos que vale a pena fazer pelo menos um dos trechos andando para apreciar a paisagem do Cerrado.
Na entrada da fazenda é servida uma comidinha caseira ao custo de R$25,00 por pessoa – ela é muito gostosa e é necessário reservar antes do passeio. Nós almoçamos por lá e fomos direto para a Cachoeira do Relógio (ou do Alméscar). Ela é uma excelente opção para fechar o dia de caminhada.
Seu poço não é muito fundo mas a queda d’água é deliciosa! Voltamos para a cidade renovados!
- Centro Geodésico
Aproveitamos para caminhar um pouco pelo mirante e tirar algumas fotos divertidas 🙂 Não deixem de ir para a direita, quando chegarem no local: tem-se uma vista incrível da mata bem à sua frente.
- Mirante Alto do Céu
Outro excelente mirante na Chapada dos Guimarães, principalmente para admirar o pôr-do-sol, é o Mirante Alto do Céu. Ele é, com certeza, um dos lugares mais bonitos da cidade, e é o único Mirante que garante a vista completa de Cuiabá.